CONCRETO & Construções | Ed. 90 | Abr – Jun • 2018 | 91
temperaturas obtidos na face não ex-
posta mostram muitas similaridades
com a evolução das temperaturas dos
ensaios de resistência ao fogo até aos
90 minutos, altura em que o forno dei-
xava de emitir potência, pois a curva te-
órica passava a ser um patamar a partir
desse instante. Todavia, as tempera-
turas nos diferentes pontos da parede
continuaram a aumentar.
Verifica-se novamente que as tem-
peraturas na face não exposta da pa-
rede somente começam a aumentar ao
fim de 15 minutos de ensaio até cerca
dos 30 minutos, altura em que começa
um patamar entre os 90 e os 100 °C.
Este patamar corresponde à evapo-
ração da água live do concreto e tem
uma duração variável entre 10 a 30
minutos dependendo da cota do ponto
de medição da temperatura. Também
neste caso existe um fluxo de vapor pe-
los alvéolos verticais dos blocos, acu-
mulando-se este na parte superior do
corpo de prova. Tal como nos ensaios
de resistência ao fogo, após a evapora-
ção da água livre, aparece um gradien-
te térmico entre as faces exposta e não
exposta do corpo de prova.
3.2 Deslocamentos
3.2.1 E
nsaios
de
resistência
ao
fogo
A Figura 6 mostra os deslocamen-
tos verticais médios dos corpos de
prova nos ensaios de resistência ao
fogo. Durante os primeiros 15 a 30
minutos verifica-se um aumento muito
pequeno dos deslocamentos verticais.
Os deslocamentos começam depois a
aumentar de forma mais rápida, vindo
a estabilizar para estádios mais tar-
de do aquecimento. Note-se que, no
caso dos corpos de provas 3 e 4, o
ensaio terminou antes dos 90 minutos.
Um comportamento similar ocorreu
nos deslocamentos para fora do plano
da parede (Fig. 7), sendo que os mes-
mos ocorreram para o interior do for-
no devido ao aquecimento rápido da
face do corpo de prova exposta. Estes
deslocamentos não aumentaram du-
rante os primeiros 15 a 30 minutos,
aumentando depois até cerca dos 60
minutos, para os ensaios que duravam
mais do que este tempo, mantendo-se
depois constantes por algum tempo.
3.2.2 E
nsaios
de
capacidade
de
carga
a
altas
temperaturas
A Figura 8 mostra os deslocamen-
tos verticais médios nos corpos de
prova nos ensaios de capacidade de
carga a altas temperaturas. Durante os
primeiros 15 minutos verifica-se uma
vez mais que os deslocamentos não
aumentaram, vindo depois a aumen-
tar de forma mais acentuada até por
volta dos 75 minutos. Depois deste
instante os deslocamentos começam a
aumentar de forma menos acentuada,
atingindo um máximo e começam de-
pois a diminuir a partir dos 90 minu-
tos, altura em que se inicia o ensaio
de carga até ao colapso do corpo
de prova.
Em relação aos deslocamentos
para fora do plano da parede (Fig.
9), eles diminuíram até cerca dos
60 minutos, depois mantinham-se
u
Figura 6
Evolução dos deslocamentos verticais médios nos corpos de provas
u
Figura 7
Evolução dos deslocamentos fora do plano médios nos corpos de prova