Revista Concreto & Construções - edição 90 - page 90

90 | CONCRETO & Construções | Ed. 90 | Abr – Jun • 2018
Nos corpos de prova 1 e 2 a carga de
serviço correspondia a 30% da resis-
tência à compressão das alvenarias en-
saiadas por Haach [7]. Já nos corpos
de prova 3 e 4 a carga de serviço era de
46% da mesma resistência à compres-
são. Essa carga de serviço foi aplica-
da a uma velocidade constante de 0,5
kN/s até se atingir o nível de carrega-
mento desejado. A carga no plano da
parede foi mantida constante durante
todo o ensaio de resistência ao fogo.
Os ensaios dos corpos de prova
5 e 6 foram de capacidade de car-
ga a altas temperaturas. Nesses en-
saios, os corpos de provas sujeitos
a uma carga de serviço de 30% de
resistência à compressão das alvena-
rias ensaiadas por Haach [7], foram
primeiramente aquecidos até aos 90
minutos segundo a curva de incêndio
ISO 834 [13], sendo posteriormente
aumentada a carga a uma taxa cons-
tante de 0,05 kN/s, até ao colapso do
corpo de prova.
3. RESULTADOS
3.1 Temperaturas
3.1.1
E
nsaios
de
resistência
ao
fogo
A Figura 4 mostra a título de exem-
plo a evolução das temperaturas no
corpo de prova 2. No início do ensaio
as temperaturas na face não exposta
da parede somente começam a su-
bir após 15 minutos de ensaio. Essas
vão subir até por volta dos 45 minutos,
altura em que se verifica um patamar
nas temperaturas, entre 90 e os 100
°C, que corresponde à evaporação da
água livre do concreto. A duração e o
instante deste patamar depende da
cota do ponto de medição das tempe-
raturas na parede.
Os pontos no topo do corpo de pro-
va (a1 e a2) mostram patamares mais
longos, com duração de quase 30 mi-
nutos, enquanto que os pontos na la-
teral do corpo de prova, a meia altura
(d1 e d2), patamares mais curtos com
cerca de 10 minutos. Esta diferença na
duração dos patamares indica a pre-
sença de um fluxo de vapor pelos alvé-
olos verticais dos blocos, acumulando-
-se o vapor na parte superior do corpo
de prova. Após a evaporação da água
livre aparece um gradiente térmico en-
tre as faces exposta e não exposta do
corpo de prova.
Na Figura 4 observa-se ainda que a
temperatura do forno esteve durante os
primeiros 70 minutos abaixo das tempe-
raturas da curva ISO 834 [13]. Este fato
deve-se à inércia térmica do forno elé-
trico, constituído por um único módulo,
à massa e grande capacitância térmica
dos materiais dos corpos de prova e às
perdas pela superfície frontal do corpo
de prova e pela ligação entre este e o
forno. Depois disso, o forno seguiu sem
grande dificuldade a curva ISO 834 [13].
3.1.2 E
nsaios
de
capacidade
de
carga
a
altas
temperaturas
A Figura 5 mostra, a título de exem-
plo, a evolução das temperaturas
no corpo de prova 6. Os valores de
u
Figura 4
Evolução de temperaturas no corpo de prova 2
u
Figura 5
Evolução das temperaturas no corpo de prova 6
1...,80,81,82,83,84,85,86,87,88,89 91,92,93,94,95,96,97,98,99,100,...116
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