CONCRETO & Construções | Ed. 90 | Abr – Jun • 2018 | 93
incêndio, mas este não atravessou toda
a espessura do septo vertical do bloco.
Foi também possível observar fis-
suras verticais (Fig. 10 c) no meio das
paredes, na direção paralela às faces
das mesmas, que podem ter sido
provocadas por momentos de flexão
parasíticos. Este tipo de ocorrência
foi verificada também nos trabalhos
de investigação de Nguyen e Mef-
tah [6]. A existência de um pequeno
entalhe a meio da largura do bloco,
que é feito durante a produção dos
blocos, provoca uma zona frágil de
ruptura no bloco e leva, sucessiva-
mente, ao corte do mesmo nesse
ponto. Essas fissuras verticais foram
claramente visíveis nos corpos de
provas 3, 4, 5 e 6 (Fig. 11).
O colapso dos corpos de provas
3, 4, 5 e 6 foi brusco e repentino (Fig.
11 a), com grandes deslocamentos
e perda imediata de carga no plano.
Antes do colapso da parede foram
ouvidos alguns sons resultantes da
fissuração e destacamento de ma-
terial. Isto deveu-se certamente aos
maiores níveis de carregamento a que
estes corpos de provas estiveram su-
jeitos, ainda que os ensaios 3 e 4 te-
nham sido de resistência ao fogo e os
ensaios 5 e 6 tenham sido de capaci-
dade de carga a altas temperaturas.
3.4 Resistência ao fogo e
capacidade de carga
das paredes
Na Tabela 3 apresentam-se os
tempos de falha para cada um dos
critérios de resistência ao fogo, o
deslocamento máximo central para
u
Figura 11
Corpo de prova 4 – a) ruptura abrupta da parede durante o ensaio; b) fissuração vertical dos blocos em ambas
as direções; c) bloco fissurado
b
c
a
u
Tabela 3 – Resultados dos ensaios
Corpo
de prova
Tempo de falha
Carga última
no plano da
parede
(kN)
Deslocamento máximo central
I (min)
E (min)
R (min)
Leitura
(mm)
Tempo
(min)
Temperatura
média
Temperatura
máxima
Perda de
estanqueidade
Colapso
estrutural
1
80
72
–
–
–
5,52
74
2
73
67
–
–
–
5,80
79
3
–
–
–
83
–
9,52
80
4
–
–
–
40
–
10,74
40
5
–
–
–
–
273
11,58
68
6
–
–
–
–
421
11,14
66