CONCRETO & Construções | Ed. 90 | Abr – Jun • 2018 | 81
desafio foi identificar no mercado um
aditivo superplastificante que propor-
cionasse uma baixa relação a/c, alta
fluidez, baixa interferência na visco-
sidade e, principalmente, nenhuma
interferência no tempo de pega e,
consequentemente na resistência
inicial do CAA. Para facilitar a sele-
ção do aditivo, a equipe utilizou um
calorímetro como ferramenta princi-
pal neste processo. A partir do moni-
toramento das temperaturas de início
de hidratação do cimento e avaliação
da maturidade do CAA em presen-
ça dos aditivos, foi possível analisar
curvas de calor liberado e mensurar
o efeito do tipo e teor de cada aditivo
avaliado no comportamento reológi-
co / mecânico do concreto (Figura 6).
Outro desafio superado pela
equipe foi a seleção dos agregados,
uma vez que existia uma carência de
fornecedores locais com controle de
qualidade e produção desses insu-
mos, além de haver poucas opções
na região que pudessem fornecer
produtos adequados dentro de uma
logística e engenharia de custo que
atendessem ao projeto. Consequen-
temente, se fez necessário a utili-
zação de alternativas tecnológicas
como, por exemplo, a utilização de
filler calcário como agente corretivo
da reologia do CAA.
3.2 Roteiro empregado
para formulação do CAA
para aduelas
De modo geral a metodologia de
formulação da dosagem para esse tipo
de projeto é resumida nas respostas da
seguinte sequência de perguntas:
a) Conhecimento da pasta de cimento
u
Qual o fator a/c adequado ao aten-
dimento das resistências e reologia?
u
Qual a relação ideal entre Fluidez e
Viscosidade da pasta?
u
Qual aditivo melhor combinou com
o cimento e em que dosagem?
u
Qual a manutenção de plasticidade
adequada para a trabalhabilidade
adequada e moldagem das formas?
b) Conhecimento dos agregados
u
Qual o perfil granulométrico ideal
para o traço?
u
Qual o fator brita/areia mais
adequado?
u
Qual o valor da porosidade presente
na melhor mistura?
u
Quais as faixas de variação dos parâ-
metros granulométricos aceitáveis?
c) Escolha do volume de pasta
u
Qual o fator de espaçamento dese-
jado para obter a melhor reologia?
u
Qual a necessidade de complemen-
tação de volume de pasta?
u
Qual tipo e quantidade de “superfi-
nos” a usar?
u
Quais as interferências no módulo
de elasticidade?
d) Ajustes
u
O traço apresentado está estável?
u
A manutenção de plasticidade é
adequada?
u
As dosagens de água e aditivo pre-
cisam ser revistas?
u
A trabalhabilidade atende aos
requisitos?
u
As resistências foram atingidas?
u
O volume de pasta previsto resultou
na reologia desejada?
O trabalho de dosagem não ter-
mina com a emissão do traço e as
u
Tabela 3 – Características físicas do CPV ARI LafargeHolcim
Blaine
(cm
2
/g)
Início
de pega
(min)
Final de
pega
(min)
Resistência (MPa)
1 dia 3 dias 7 dias 28 dias
CPV ARI
4520 168
224
27,2 37,5 43,7 53,3
ABNT NBR 5733 > 3000 > 60 > 600 > 14 > 24 > 34
–
u
Figura 6
Exemplo do estudo realizado com calorimetria entre Cimento x Aditivo
15
30
45
60
75
90
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48
Temperatura (°C)
Horas
Fluxo de Calor Comparativo - CPV ARI
CPV ARI - PURO
CPV ARI - 1% CPV ARI - 1,2% CPV ARI - 1,4%