74 | CONCRETO & Construções | Ed. 90 | Abr – Jun • 2018
condições potenciais para pleno atendi-
mento a todos os requisitos de desem-
penho, incluindo comportamento estru-
tural, resistência ao fogo, segurança no
uso e na operação, estanqueidade e du-
rabilidade. Todavia, em função de falhas
em qualquer uma das etapas de projeto
e produção, poderão surgir patologias
tais como: ascensão de fibras de plásti-
co (Figura 9), pequenas desagregações,
esborcinamento de juntas, fissuras de
retração (Figura 10), delaminações / pul-
verulências superficiais e outros.
4. PISOS EM
GRANILITE
E
FULGET
Além dos tipos de pisos cimentados
tradicionais, e também moldados no
local, aparecem os pisos em granilite,
marmorite ou “fulget”. Este último, tam-
bém conhecido por “granilite rústico”,
recebe ainda no estado de fresco re-
moção da nata superficial por lavagem,
enquanto que o granilite normal recebe,
após endurecimento e secagem, poli-
mento por uma sequência de lixas. São
pisos compostos pela mistura de areia,
cimento (branco ou cinza) e granilha
constituída pela mescla de grãos de
rochas britados com pequenas dimen-
sões (da ordem da brita 0), oriundos
de minerais como o mármore, granito,
quartzo, arenito e outras.
Para obter-se piso com qualidade
adequada, os princípios da dosagem
são os mesmos dos concretos estru-
turais: agregados com baixos teores de
finos ou impurezas, matriz de agregado
com o melhor empacotamento possí-
vel, pasta com a quantidade mínima
necessária para a união dos agrega-
dos e para conferir a trabalhabilidade
necessária na aplicação, moderada
relação água / cimento. Aplicados em
camadas com pequena espessura,
da ordem de 15mm, tais pisos devem
ser subdivididos em quadrados da or-
dem de 1,0 a 1,5m por juntas em la-
tão, alumínio ou plástico. Tomada esta
providência, e submetendo o material à
correta dosagem e adequado processo
de cura, os pisos em
granilite
ou
fulget
apresentam boas condições de estan-
queidade, resistência ao desgaste por
abrasão, resistência a impactos, dura-
bilidade (Figura 11), etc. A exemplo do
que foi comentado para os pisos ci-
mentados, por deficiência de dosagem
e, mais comumente por ausência ou
insuficiência de cura, podem se desen-
volver no corpo do piso em granilite ou
fulget significativas fissuras de retração
(Figura 12), comprometendo irreversi-
velmente sua durabilidade.
5. PISOS EM LADRILHOS
HIDRÁULICOS
Saindo dos pisos cimentícios molda-
dos no local e passando para aqueles
constituídos por placas industrializadas,
uma tecnologia que se perdeu um pouco
no tempo e ressurgiu entre nós nametade
do século passado com força renovada
é aquela dos ladrilhos hidráulicos. Com
espessura total de cerca 2cm, as peças
são conformadas emmoldes vazados de
ferro ou bronze (“margaridas”), apresen-
tando camada decorativa com cerca de
5mmde espessura, compostapor cimen-
to branco, pó de mármore e pigmentos
inorgânicos. Lançada a nata decorativa
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Figura 9
Afloramento de macrofibras
de polipropileno na superfície
do piso de concreto
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Figura 10
Microfissuras de retração em
piso de concreto
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Figura 11
Piso com acabamento em
granilite executado há mais de
30 anos – prédio 56 do IPT
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Figura 12
Fissuras de retração em piso
de granilite – deficiências de
dosagem e de cura