Revista Concreto & Construções - edição 90 - page 76

76 | CONCRETO & Construções | Ed. 90 | Abr – Jun • 2018
em aço, alumínio, concreto, plásticos
de engenharia (PVC, PEAD etc), placas
de rocha estruturadas com telas de fibra
de vidro no tardoz, porcelanato e placas
de madeira reconstituída (MDF / HDF,
OSB – com possibilidade de revesti-
mento em carpete, manta de vinil, lami-
nado melamínico e outros). Criaram-se
os pedestais reguláveis, telescópicos,
em aço ou plástico (Figura 16), inclusive
com articulações que permitem manter
o piso nivelado mesmo se apoiado so-
bre uma laje inclinada.
Em função do correto dimensiona-
mento estrutural (placas e apoios), da
correta impermeabilização e drenagem da
laje de apoio (pisos externos ou internos
em áreas molháveis) e das característi-
cas indicadas nos itens anteriores para
os pisos de concreto, os pisos elevados
reúnem potencial para pleno atendimento
aos requisitos de desempenho. Cuidados
devem ser verificados para a eventual
solicitação transmitida por equipamentos
transitando sobre o piso (empilhadeiras,
plataformas elevatórias etc.), cujas cargas
concentradas das rodas pode levar à rup-
tura das placas, e também com a fresta
presente entre placas contíguas, cuja
abertura máxima é estabelecida em 4 mm
pela norma NBR 15575 – Parte 3.
7. ENTREPISOS ACÚSTICOS
Do ponto de vista da transmissão e
da isolação acústica, há que se desta-
car duas situações:
a) som aéreo: as ondas sonoras pro-
pagam-se no ar em todas as frequ-
ências audíveis, atingindo anteparos
que, ao vibrarem, transmitem o som
para o ambiente oposto à posição
da fonte emissora – quanto mais
denso o material, menor a transmis-
são do som aéreo;
b) transmissão de ruído por impac-
to: percutindo-se um corpo sólido,
a onda caminha pelo material e é
transmitida pelo ar para o ambien-
te contíguo, em geral com pequeno
amortecimento – quanto mais den-
so o material, maior a transmissão
do ruído por impacto.
Nos edifícios habitacionais os desen-
tendimentos mais importantes entre con-
dôminos têm surgido exatamente em fun-
ção da transmissão de ruídos de impacto
pelos entrepisos, fenômeno realçado com
o crescente emprego de pisos frios, de la-
jes nervuradas e de lajes zero, neste último
caso com a eliminação dos contrapisos e
a aplicação direta de assoalhos ou revesti-
mentos pétreos sobre as lajes. Destaque-
-se que a transmissão do ruído de impac-
to não acontece somente pela própria laje,
mas também pelas paredes ou elementos
estruturais a ela conectados, e que a isola-
ção aos ruídos de impacto pode ser muito
melhorada revestindo-se o piso com car-
petes e forrações têxteis, mantas de bor-
racha ou plástico.
A norma NBR 15.575-3 estabelece
que, “sob ação de ruído de impacto
padronizado, aplicado na face superior
do entrepiso, a unidade habitacional
deve apresentar nível de pressão sono-
ra (L’nT,w) inferior a 80 decibéis”, expli-
cando ainda que esse valor correspon-
de à isolação propiciada por uma laje
de concreto armado com espessura
em torno de 10 ou 12cm. Para o nível
intermediário de desempenho, previsto
na mesma norma, o ruído de impacto
deve estar compreendido entre 55 e 65
dB, e, para o nível superior de desem-
penho, o nível sonoro não pode superar
55 dB, o que só pode ser obtido “com
o tratamento acústico da laje”.
Referido tratamento acústico é ge-
ralmente executado intercalando-se
elementos amortecedores / mantas
de material resiliente (Figuras 17 e 18)
entre a laje e o contrapiso, constituindo
u
Figura 16
Piso elevado sobre pedestais
de plástico com altura regulável
e cabeça multiangular
(Foto Buzon)
u
Figura 17
Piso flutuante sendo executado
com manta plástica dotada de
alvéolos amortecedores
u
Figura 18
Piso flutuante sendo executado
com manta de polietileno
1...,66,67,68,69,70,71,72,73,74,75 77,78,79,80,81,82,83,84,85,86,...116
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