72 | CONCRETO & Construções | Ed. 90 | Abr – Jun • 2018
para o nível intermediário, 20 anos para
o nível superior de desempenho). Além
dos aspectos estéticos e de custos,
que não serão tratados no presente ar-
tigo, os fatores técnicos listados na re-
ferida tabela são balizadores bastante
úteis na escolha do tipo de piso.
2. PISOS EM CIMENTO QUEIMADO
Os “pisos cimentados” constituem
talvez o mais tradicional sistema de pi-
sos do Brasil, sendo constituídos por
argamassa de cimento e areia, e acaba-
mento com polvilhamento e alisamen-
to/queima de mistura de cimento com
óxidos de ferro, geralmente na cor ver-
melha ou amarela. Apresentam como
propriedades fundamentais a incombus-
tibilidade, característica comum a todos
os pisos cimentícios, adequada resis-
tência a cargas de ocupação (impactos,
cargas concentradas, etc.), estanquei-
dade à água, adequado coeficiente de
atrito e vida útil bastante extensa, além
da facilidade de limpeza e manutenção.
Com possibilidade de acabamen-
to na própria cor do cimento empre-
gado (branco ou cinza – Figura 1), ou
dos óxidos de ferro nas mais variadas
cores, desde o amarelo até o marrom,
os pisos cimentados executados sem
os devidos cuidados invariavelmente
desenvolvem microfissuras, conforme
ilustrado na Figura 2. Para que sejam
evitadas, há necessidade de correta
seleção dos materiais (areia com bai-
xíssimos teores de finos, argila ou silte
etc.), tipo adequado de cimento (pre-
ferivelmente CPI, CPIIF ou CPIIE), do-
sagem adequada (por exemplo, traço
composto com aditivos plastificantes e
retentores de água), introdução de jun-
tas e/ou execução no formato de “da-
mas” e, mais do que tudo isso, proces-
so adequado de cura úmida por sete
ou oito dias. Saliente-se que este último
fator é determinante na formação ou
não das microfissuras de retração.
Como composições arquitetônicas,
além da combinação de cores, os pisos
cimentados podem ainda ser combina-
dos com faixas de pastilhas ou placas
cerâmicas.
3. PISOS DE CONCRETO
Pisos de concreto vêm sendo uti-
lizados há muito tempo em subsolos
de prédios, centros de distribuição,
entrepostos comerciais, indústrias, es-
tacionamentos de veículos e outros. A
tecnologia ganhou avanço muito signi-
ficativo nos últimos anos com o adven-
to dos concretos de alto desempenho,
aditivos polifuncionais, fibras metálicas,
fibras de vidro álcali-resistentes, micro-
fibras ou macrofibras de polipropileno
(Figura 4), juntas serradas, barras de
transferência de cargas, sistemas de
protensão com cordoalhas engraxadas
e outros recursos. O avanço contou
ainda com o desenvolvimento de nor-
malização para controle da planicidade
e nivelamento (F-Numbers, de acordo
com a norma ASTM E 1155) e de di-
versos equipamentos para execução
dos pisos, incluindo distribuidoras de
concreto com nivelamento automático
(Figura 3), acabadoras de superfície au-
topropelidas simples e duplas (“helicóp-
tero” ou “bambolê”), rodos de corte,
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Figura 1
Aspecto final de piso cimentado,
acabamento com resina
(Foto AECWeb)
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Figura 2
Microfissuras de retração em
piso cimentado (inadequação do
traço / ausência de cura)
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Figura 3
Distribuidora de concreto com
autorregulagem de nivelamento
u
Figura 4
Concreto dosado com
microfibras de polipropileno