CONCRETO & Construções | Ed. 90 | Abr – Jun • 2018 | 63
produtores – nacionais e estrangei-
ros, com a construção de 24 novas
unidades industriais.
Foi nesse período que a indústria
enfrentou a primeira crise do petró-
leo e buscou soluções para reduzir a
utilização desse combustível e, con-
sequentemente, reduzir sua emis-
são de CO
2
. Isso resultou em uma
modernização do parque industrial,
que garantiu a redução significativa
do uso de combustíveis fósseis, a
intensificação do uso de adições ao
cimento (escórias, cinzas e argilas
calcinadas) e a busca por combus-
tíveis alternativos (coprocessamento
e biomassa).
Em virtude desses esforços, a
indústria, hoje, registra os menores
níveis mundiais de emissão de CO
2
por tonelada de cimento produzida
(Gráfico 2), de acordo com dados in-
ternacionais do Conselho Empresa-
rial Mundial para o Desenvolvimento
Sustentável (WBCSD, em inglês).
2. ESTAGNAÇÃO E
CONSOLIDAÇÃO
DO MERCADO
Após a segunda crise do petróleo,
a economia brasileira entrou em gra-
ve crise, em particular a construção
civil, afetando de forma acentuada
o consumo de cimento, que viu sua
demanda cair e, exceto por alguns
poucos episódios de elevações cir-
cunstanciais (Plano Cruzado, Plano
Real), se manter estagnada por mais
de duas décadas, pois não houve
nesse período nenhum programa
sustentável para a construção civil.
O setor teve que se adequar a um
mercado retraído. Nesse processo,
várias unidades de menor eficiência e
custos operacionais mais altos foram
desativadas: definitivamente dez fá-
bricas integradas; temporariamente
duas unidades; e cinco foram trans-
formadas em moagem. Além disso,
os fornos de maior consumo ener-
gético foram também definitivamente
desativados.
A partir do Plano Real, houve uma
mudança de patamar do consumo
de cimento, atingindo 40,2 milhões
de toneladas em 1999. A partir de
2000, a produção sofreu queda re-
sultante das sucessivas crises mun-
diais e consequente instabilidade
econômica.
3. RETOMADA DO
CRESCIMENTO EM 2004
A partir de 2004 diversos fatores
colocaram a indústria do cimento de
volta no rumo do crescimento. Além
do ambiente macroeconômico favo-
rável, o aumento da renda real e da
u
Gráfico 1
Consumo de cimento em perspectiva histórica
Fonte:
SNIC
u
Gráfico 2
Níveis mundiais de emissão de CO por tonelada de cimento
2
Fonte:
CSI
CO
2