Revista Concreto & Construções - edição 90 - page 54

54 | CONCRETO & Construções | Ed. 90 | Abr – Jun • 2018
tos impermeáveis, o escoamento das
águas pluviais se dá, unicamente, pela
superfície. A lâmina d’água é tanto mais
espessa quanto maior for a intensidade
da chuva (Figura 1, GNCSC,1996).
Nos pavimentos permeáveis, de-
vido ao alto índice de vazios da es-
trutura, forma-se uma rede de canais,
desde a camada de revestimento até
o subleito, que deve ser capaz de
percolar uma grande parcela da água
precipitada da chuva. Nessas condi-
ções, o escoamento na superfície é
bastante reduzido, conforme ilustra a
Figura 2.
A Agência de Proteção Ambiental
Norte-Americana (
EPA, Environmental
Protection Agency
) classificou os pa-
vimentos permeáveis de BMP (
Best
Management Practice
), ou seja, como
uma das soluções sustentáveis para a
drenagem urbana.
O país pioneiro na aplicação do pa-
vimento permeável foi a França, a partir
da década de 1950. Sem muito suces-
so na época, voltou a ser estudado no
final da década de 1970 também em
outros países, como Estados Unidos,
Japão e Suécia.
Segundo várias fontes, atualmen-
te, o país que mais utiliza este sistema
é a Alemanha, em que são instalados
aproximadamente 20 milhões de me-
tros quadrados deste pavimento, em
construções residenciais e comerciais
por ano.
No Brasil, o pavimento permeável
vem sendo usado por construtoras
para atender às normas em relação à
porcentagem de permeabilidade ne-
cessária nos terrenos e também por
Prefeituras em diversos Estados, mas
ainda estamos longe de atingir a esca-
la de uso da Europa ou EUA.
Os pavimentos permeáveis são co-
nhecidos como estruturas-reservatório.
Essa denominação se refere às funções
realizadas pela estrutura porosa com a
qual são constituídos, tendo que aten-
der à duas funções simultâneas (ACIO-
LI, 2005):
u
Função mecânica, associada ao
termo estrutura, que permite supor-
tar os carregamentos impostos pelo
tráfego de veículos;
u
Função hidráulica, associada ao
termo reservatório, que assegura,
pela porosidade dos materiais, reter
temporariamente as águas, seguido
pela drenagem e, se possível, infil-
tração no solo do subleito.
A norma ABNT NBR 16416 (ABNT,
2015) relaciona cinco tipos de re-
vestimentos de concreto permeável,
conforme ilustram as figuras 3 a 7.
Portanto, a camada de revestimen-
to de um pavimento permeável à base
de cimento pode permitir a passagem
de água através do material granular
das juntas, ou dos vazados, ou através
do próprio concreto permeável das pe-
ças ou placas.
O coeficiente de permeabilida-
de mínimo estabelecido pela norma
ABNT NBR 16416 (ABNT, 2015)
é de
10
-3
m/s ou 60 L/min, sendo que o ín-
dice de vazios mínimo é de 32%, para
todas as camadas granulares do pa-
vimento. Para o concreto permeável,
não é estabelecido índice de vazios;
de qualquer modo, deve-se atender
ao coeficiente de permeabilidade.
u
Figura 2
Infiltração e percolação
em revestimento permeável
(GNCSC, 1996)
u
Figura 3
Peças de concreto com juntas
alargadas. Percolação pelas
juntas
u
Figura 4
Peças de concreto com áreas
vazadas. Percolação pelos
vazados
u
Figura 5
Peças de concreto poroso.
Percolação pelas peças
1...,44,45,46,47,48,49,50,51,52,53 55,56,57,58,59,60,61,62,63,64,...116
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