Revista Concreto & Construções - edição 90 - page 48

48 | CONCRETO & Construções | Ed. 90 | Abr – Jun • 2018
Recomendada IBRACON/ABECE
“Pro­jeto de estruturas de concreto re-
forçado comfibras”, emseu item6.4.1,
os painéis sem armadura longitudinais
devem ser verificados no Estado Li-
mite Último (ELU) e no Estado Limite
de Serviço (ELS), considerando-se as
resistências à tração uniaxiais reduzi-
das f
Fts
ou f
Ftu
, de acordo com o estado
limite considerado.
As resistências à tração uniaxiais
reduzidas f
Fts
ou f
Ftu
são calculadas
em função das resistências residuais
f
R1
e f
R3
do CRF, que são obtidas por
meio do ensaio de flexão em corpos
de prova prismáticos, correspondem
aos valores de deformação CMOD
1
e
CMOD
3
, respectivamente, conforme
mostram as Figuras 1 e 2.
Por meio do ensaio de flexão,
obtém-se a relação Carga – Defor-
mação, expressa pela abertura da
boca da fissura CMOD (
Crack Mouth
Opening Displacement
), conforme se
observa na Figura 2.
A Diretriz SINAT 001 – Revisão 3
estabelece que o CRFV para aplica-
ção nas paredes de concreto deve
atender aos seguintes requisitos:
a) Resistência característica a tração
(f
ctM,k
): mínima de 4,2 MPa;
b) f
Lm
(Limite de proporcionalidade
médio – LOP ): entre 3,8 MPa e
4,2 MPa;
c) f
R1m
(Resistência residual média
para CMOD = 0,5 mm): valor míni-
mo 1,5 MPa;
d) f
R3m
(Resistência residual média
para CMOD = 2,5 mm): valor míni-
mo 1,0 MPa;
e) Consumo mínimo 300 g/m³ de
microfibras sintéticas para mini-
mizar o efeito de “lascamento” em
situações de incêndio.
 Para paredes em que não há
solicitação de tração, a Diretriz faz
a seguinte observação: “Os valores
acima especificados para o CRFV
devem ser encarados como referên-
cia para a dosagem do CRFV em
seções com presença de tensões de
tração, torção e tensões tangenciais,
em geral. No caso em que predomi-
nam tensões de compressão (sendo
as tensões de tração negligenciáveis
conforme projeto estrutural), pode-se
tomar como referências os valores
de 1,15 MPa para f
R1m
e 0,45 MPa
para f
R3m
.
A partir das características míni-
mas estabelecidas, deve-se, a cada
empreendimento, pré-qualificar o
CRFV. Essa pré-qualificação envolve
a pré-qualificação da fibra de vidro e a
pré-qualificação do compósito.
A pré-qualificação da fibra de vidro
para ser utilizada como reforço deve
estar de acordo com a Prática Reco-
mendada IBRACON/ABECE “Macro-
fibras de vidro álcali-resistente (AR)
para concreto destinado a aplicações
estruturais”. Para a pré-qualificação
do compósito, os ensaios prévios são
de especial importância para a defi-
nição das fibras a serem utilizadas e
suas dosagens. Dessa forma, a Dire-
triz estabelece que os seguintes pa-
râmetros devem ser verificados para
o CRFV:
a) Limite de proporcionalidade (LOP)
e resistências residuais f
R1
, f
R2
, f
R3
e f
R4
;
b) Teor de fibras no estado fresco;
c) Resistência à compressão;
d) Resistência à tração na flexão;
e) Resistência à tração na flexão em
placas, conforme Figura 3.
A realização dos ensaios do item
“e” destina-se a verificar a relação en-
tre a resistência do CRFV na direção
do lançamento do concreto, onde te-
oricamente pode ocorrer alinhamento
vertical das fibras, e a resistência do
material na direção transversal ao lan-
çamento do concreto, determinando-
-se, a partir dos resultados, o valor de
K (fator de orientação da fibra).
Para a determinação do Fator K
(relação entre resistências à tração
na direção do lançamento e na dire-
ção transversal), devem ser molda-
dos 4 corpos de prova com dimen-
sões de 500 x 500 x 100 mm para
cada direção, em fôrmas em chapas
de aço, contendo em suas faces
maiores negativos centralizados que
produzam entalhes reversos com
10 mm de profundidade, conforme
u
Figura 2
Curva carga – CMOD
1...,38,39,40,41,42,43,44,45,46,47 49,50,51,52,53,54,55,56,57,58,...116
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