CONCRETO & Construções | Ed. 90 | Abr – Jun • 2018 | 41
inicia-se a concretagem (o concre-
to deve ser suficientemente plásti-
co para preencher todos os vazios
da fôrma e impedir que haja segre-
gação, principalmente na parte in-
ferior das paredes);
7) Após a concretagem, é feita a re-
gularização do concreto com ré-
gua metálica;
8) Quando o concreto atinge a resis-
tência e a elasticidade previstas
no projeto, as fôrmas são retira-
das com cuidado para não danifi-
car as peças (o endurecimento do
concreto pode ser antecipado por
meio de tratamento térmico (cura
térmica) adequado e devidamente
controlado);
9) O projeto estrutural normalmente
prevê a permanência de escora-
mento residual após a retirada das
fôrmas para dar sustentação à laje;
10) À medida em que cada pavimento
é concluído, as fôrmas são passa-
das para o pavimento superior ou
para outro trecho para dar continui-
dade à construção em série.
ATENÇÃO: Se alguma etapa pro-
dutiva for executada erroneamente,
eventuais patologias podem surgir em
escala e o tratamento geralmente custa
mais do que a correta execução.
8. VARIÁVEIS QUE INFLUENCIAM
OS CICLOS DE PRODUÇÃO
1. Curva de aprendizagem e treina-
mento da mão de obra;
2. Tipologia da obra;
3. Projeto de fôrmas;
4. Incidência de chuvas ou interrup-
ções da produção;
5. Aspectos de segurança;
6. Equipamentos disponíveis;
7. Suprimentos;
8. Logística: movimentação de mate-
riais e estocagens.
9. CONTROLE DA QUALIDADE
Cuidados com detalhes de arma-
duras, escoramento, tolerâncias, cura
e manuseio das fôrmas são essenciais
para o sucesso do sistema construtivo.
A concretagem requer controle tecno-
lógico rigoroso. No estado fresco, os
ensaios necessários são:
u
Abatimento (
Slump
), conforme a
ABNT NBR NM 67;
u
Espalhamento (
slump flow
), de
acordo com a ABN TNBR 15823-2;
u
Massa específica do concreto, con-
forme a ABNT NBR 9833;
u
Moldagem de corpos de prova, con-
forme a norma ABNT NBR 5738.
Ensaios também devem ser realiza-
dos no concreto endurecido, como a
análise de corpos de prova moldados
durante a concretagem, atendendo ao
que estabelece a ABNT NBR 12655.
10. OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO
As paredes e lajes de concreto
armado são estruturais. Logo, não
podem ser demolidas total ou parcial-
mente pelo usuário. Isso deve constar
de forma clara no Manual de Opera-
ção, Uso e Manutenção (Manual do
Usuário). Se forem notados pontos de
corrosão de armaduras, deve ser provi-
denciado o tratamento adequado, com
assistência técnica de engenheiro ou
empresa especializada.
[1]
ABNT NBR 16055:2012 – Parede de concreto moldada no local para a construção de edificações – Requisitos e procedimentos
[2]
ABNT NBR 15575:2013 – Edificações habitacionais – Desempenho
[3]
ABNT NBR 15873:2010 – Coordenação modular para as edificações
[4]
ABNT NBR 12655 – Concreto de cimento Portland – Preparo, controle, recebimento e aceitação
u
R E F E R Ê N C I A S B I B L I O G R Á F I C A S
OS
11
“MANDAMENTOS” DA PAREDE
DE CONCRETO MOLDADA NO LOCAL
1. Seguir fielmente todas as
diretrizes do projeto estrutural:
posição das armaduras,
reforços, juntas de indução etc.;
2. Utilizar sistemas de fôrmas
específicos para o sistema e
não fazer adaptações;
3. Seguir as diretrizes do projeto
de montagem/desmontagem
das fôrmas – certificar-se
de montar todas as peças do
sistema de fôrmas;
4. Colocar espaçadores
plásticos de armadura em
número suficiente (6 unid./m
2
nas paredes e 4 unid./m
2
nas lajes);
5. Colocar espaçadores plásticos
nos eletrodutos em número
suficiente (2 unid./m de
eletroduto);
6. Nunca posicionar duas caixas
elétricas uma “de costas”para
a outra;
7. Nunca encostar dois ou mais
eletrodutos dentro da parede;
8. Tomar providências para
que não ocorram interrupções
durante a concretagem;
9. Não provocar impactos nas
paredes durante a desforma;
10. Não permitir vibrações
próximas às paredes de
concreto, como, por exemplo,
compactação de ruas,
cravação de estacas etc.;
11. Fazer cura adequada por
pelo menos 3 dias.