Revista Concreto & Construções - edição 90 - page 57

CONCRETO & Construções | Ed. 90 | Abr – Jun • 2018 | 57
u
Figura 11
Falha comum de obstrução
causada por escoamento
superficial com detritos
do pavimento pode ser garantida por
meio da limpeza do pavimento per-
meável de forma regular. RAZ (1997)
realizou uma comparação em rodovias
espanholas sobre a evolução da col-
matação entre pavimentos permeáveis
tratados com limpeza e os sem manu-
tenção, conforme ilustra a Figura 12.
A pesquisa aponta que cada pavi-
mento terá suas próprias necessidades
de limpeza em diferentes intervalos
de tempo, mas como medida geral,
deve-se pensar no ano seguinte à sua
construção como tempo limite para se
considerar a necessidade de limpeza.
Valores experimentais têm demonstra-
do que por meio da limpeza, a perda
de permeabilidade que pode ocorrer no
primeiro ano é recuperável em torno de
50% e que, se mantendo a frequência
anual do procedimento, as perdas do
segundo ano podem ser recuperadas
em até 70%.
A norma ABNT NBR 16416 (ABNT,
2015) estabelece que o pavimento deve
passar por procedimentos de limpeza
quando o coeficiente de permeabili-
dade for igual ou inferior a 10
-5
m/s ou
0,6 L/min, devendo-se executar ações
de limpeza com o objetivo de recuperar
sua capacidade de permeabilidade. As
etapas de limpeza recomendadas são:
u
Remoção de sujeiras e detritos em
geral da superfície do pavimento
por meio de varrição mecânica ou
manual;
u
Aplicação de jatos de água sob
pressão;
u
Aplicação de equipamento de suc-
ção para retirada de finos;
u
Recomposição do material de rejun-
tamento caso necessário.
É vetada a utilização de produtos
químicos ou água contaminada na lim-
peza do pavimento. Após a execução
das etapas de limpeza, deve-se medir
novamente o coeficiente de permeabili-
dade do pavimento. As áreas que rece-
beram a limpeza devem apresentar no
mínimo 80% do coeficiente de permea-
bilidade mínimo já descrito de 10
-3
m/s
ou 60 L/min.
4. AVALIAÇÕES EXPERIMENTAIS
Neste trabalho, estudamos a evo-
lução da colmatação em campo,
mensurando-se o coeficiente de per-
meabilidade de uma área permeável de
estacionamento, logo após sua execu-
ção e depois de 14 meses de utilização.
Além disso, em laboratório, simulamos
a colmatação de forma acelerada com
o objetivo de avaliar sua influência na
permeabilidade do pavimento.
O método de ensaio para medir
o coeficiente de permeabilidade está
descrito na norma NBR 16416 (ABNT,
2015). O método consiste em utilizar
um anel de infiltração com (300±10)
mm de diâmetro, que deve ser posicio-
nado no local do ensaio e vedado na
parte em contato com o pavimento,
com massa de calafetar para impedir
vazamentos, limitando a área em con-
tato com a água.
A massa de água a ser utilizada no
ensaio do coeficiente de permeabilida-
de é definida em função do tempo de
pré-molhagem do local a ser ensaiado.
Na pré-molhagem, deve-se despejar
dentro do cilindro de infiltração 3,6 kg
de água, mantendo-se uma coluna
d’água entre 10 mm e 15 mm da su-
perfície do pavimento, o que ajuda a
regular a velocidade de aplicação da
massa de água no restante do ensaio.
Dependendo do tempo de infiltração
durante a pré-molhagem, a norma es-
tabelece as massas de água a serem
utilizadas posteriormente na determina-
ção do coeficiente de permeabilidade,
conforme Tabela 1.
O ensaio de determinação do co-
eficiente de permeabilidade deve ser
u
Figura 12
Evolução da colmatação entre pavimentos com limpeza periódica anual
e sem manutenção (RAZ, 1997)
0
10
20
30
40
50
60
70
0
1
2
3
Tempo de escoamento (s)
Idade do Pavimento (anos)
Com tratamento
Sem tratamento
1...,47,48,49,50,51,52,53,54,55,56 58,59,60,61,62,63,64,65,66,67,...116
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