Revista Concreto & Construções - edição 90 - page 61

CONCRETO & Construções | Ed. 90 | Abr – Jun • 2018 | 61
Isso demonstra a importância de
tratar os sistemas permeáveis em
função da quantificação da permea-
bilidade, através da mensuração do
coeficiente de permeabilidade e não
simplesmente em função do tipo de re-
vestimento, muitas vezes erroneamente
considerado permeável, como é o caso
de uma área com cobertura vegetal.
No caso da colmatação simulada,
o material mais grosso (areia de quart-
zo) resultou em maior diminuição da
colmatação, devido à sua deposição
mais superficial no pavimento, en-
quanto que o material mais fino (pó de
brita) conseguiu penetrar até a cama-
da de assentamento, se dispersando
mais e assim influenciando menos a
permeabilidade.
Pode-se verificar também que
as determinações do coeficiente de
permeabilidade no mesmo ponto da
simulação de colmatação com areia
de quartzo (determinações de 1 a 3)
resultou em aumento da permeabili-
dade. Isso se explica pela retirada do
material de colmatação à medida que
se despejava água para a execução do
ensaio, abrindo caminho para a perco-
lação de água.
O processo de colmatação do
pavimento permeável ainda deve ser
mais bem estudado, pois fica evidente
sua influência na diminuição gradativa
da permeabilidade.
O projeto de um pavimento per-
meável deve considerar as prováveis
fontes de material que poderão gerar a
colmatação e avaliar maneiras de evi-
tar seu carreamento até as superfícies
permeáveis, evitando-se assim a dimi-
nuição prematura da permeabilidade e/
ou a menor periodicidade de limpeza.
De qualquer modo, a manutenção,
no mínimo, anual do pavimento perme-
ável seria suficiente para evitar que a es-
trutura do pavimento seja comprometida
em sua capacidade de funcionar como
um reservatório temporário e assim
contribuir para diminuir o escoamento
superficial, devendo esta manutenção
fazer parte da boa prática de implemen-
tação dos pavimentos permeáveis.
7. AGRADECIMENTOS
Agradecemos à Associação Bra-
sileira de Cimento Portland – ABCP e
também à Associação Brasileira da In-
dústria de Blocos de Concreto – Bloco-
Brasil, pelo apoio técnico indispensável
para a realização deste trabalho.
[1]
ABNT. Pavimentos permeáveis de concreto – Requisitos e procedimentos, NBR 16416. Rio de Janeiro, ABNT, 2015.
[2]
ACIOLI, A. Laura. Estudo Experimental de Pavimentos Permeáveis para o Controle do Escoamento Superficial na Fonte. Porto Alegre, 2005.
Dissertação de Pós-Graduação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2005.
[3]
AMIRJANI, Mahsa. Clogging of permeable pavements in semi-arid
áreas
. Holanda, 2010. Tese de mestrado, Delft University of Technology,
2010.
[4] BOCHOVE, G. G. van; GORKEN, F. von. Two Layered Porous Asphalt – A New Concept Civil Technical Properties and Experience. In: CONGRESSO EUROPEO DE
MEZCLAS DRENANTES, 1997, Madrid. 1997. p. 249-269
[5] GNCSC – Group National des Caractéristiques de Surface des Chaussées: Note D’Information – Qualités d’Usage des Revêtements Routiers en Présence d’Eau,
SETRA, Bagneux, França. 1996.
[6] HASELBACH, L. The Potential for Clay Clogging of Pervious Concrete under Extreme Conditions. Journal of Hydrologic Engineering, 15(1), 67-69, 2010.
[7] PORTO, H. G. Pavimentos Drenantes. São Paulo: D e Z Computação Gráfica e Editora. 1999. 105 p.
[8] RAZ, R. T. Conservación de la Permeabilidad en las Mezclas Porosas. In: CONGRESSO EUROPEO DE MEZCLAS DRENANTES, 1997, Madrid. 1997. p. 661-677.
[9] TONG, B. Clogging effects of portland cement pervious concrete. A Thesis. Iowa State University, Ames, Iowa, USA, 2011.
[10] VIRGILIIS, L. C., Afonso. Procedimentos de Projeto e Execução de Pavimentos Permeáveis Visando Retenção e Amortecimento de Picos de Cheias. São Paulo,
2009. Dissertação de Mestrado, Universidade de São Paulo, 2009.
u
R E F E R Ê N C I A S B I B L I O G R Á F I C A S
u
Tabela 4 – Determinação do tempo de infiltração para cada uma das amostras
Tempos de infiltração (s)
Determinações
Amostras
1
2
3
1
24,5
32,8
144
2
24,8
32,9
223
3
25
31,8
248
u
Tabela 5 – Coeficientes de permeabilidade
Determinações
Coeficiente de permeabilidade
Amostra 1
Amostra 2
Amostra 3
L/min
m/s
L/min
m/s
L/min
m/s
1
628,8 1,05 x 10
-2
468,8 7,81 x 10
-3
106,8 1,78 x 10
-3
2
619,5 1,03 x 10
-2
467,8 7,80 x 10
-3
69 1,15 x 10
-3
3
635,9 1,06 x 10
-2
484 8,07 x 10
-3
62 1,03 x 10
-3
Média
628,1 1,05 x 10
-2
473,5 7,89 x 10
-3
79,3 1,32 x 10
-3
1...,51,52,53,54,55,56,57,58,59,60 62,63,64,65,66,67,68,69,70,71,...116
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