62 | CONCRETO & Construções | Ed. 90 | Abr – Jun • 2018
u
mercado nacional
O comportamento do
mercado de cimento
PAULO CAMILLO VARGAS PENNA
ABCP – SNIC
O
cimento é um produto
imprescindível na cons-
trução de moradias e
de obras de infraestrutura, e é parte
fundamental na cadeia produtiva da
indústria da construção. O setor é de
importância estratégica para o cres-
cimento econômico e para a geração
de emprego no país.
Segundo estimativas do Constru-
Business (Congresso Brasileiro da
Construção, promovido pela Federa-
ção das Indústrias do Estado de São
Paulo – FIESP), o setor de cimento
no país gerou PIB de R$ 5,8 bilhões
em 2016, equivalente a quase 10%
do PIB da indústria da construção
(indústria de máquinas e equipamen-
tos para a construção). Além disso,
o setor empregou 28,4 mil pessoas,
equivalente a 3,3% da população
ocupada na indústria da construção.
1. MILAGRE ECONÔMICO
Durante o período de crescimento
econômico ocorrido no Brasil na dé-
cada de 1970, houve grande expan-
são da atividade da construção civil
no país. Os programas habitacionais
desenvolvidos pelo BNH (Banco Na-
cional de Habitação), com recursos
do FGTS (Fundo de Garantia por
Tempo de Serviço), a lei do inquilina-
to e as novas fontes de financiamen-
to provocaram uma grande expansão
da construção habitacional.
Graduado em Ciências Jurídicas e
Sociais pela PUC-MG, é Presidente
Executivo do Sindicato Nacional da
Indústria do Cimento (SNIC) e da
Associação Brasileira de Cimento
Portland (ABCP). Possui vivência
de mais de 30 anos em altos
cargos executivos no setor público,
empresas e entidades nacionais
representativas de diversos
segmentos, tais como: Presidente
da Fundação TV Minas – Cultural
e Educativa de Minas Gerais,
Diretor da Associação Brasileira de
Supermercados (ABRAS), Diretor
Executivo da Associação Brasileira
dos Fabricantes de Latas de Alta
Reciclabilidade (ABRALATAS),
Diretor e, posteriormente, Vice-
Presidente do Sindicato Nacional
da Indústria da Extração do Ferro e Metais Básicos (SINFERBASE),
Presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) e Vice-Presidente
do Grupo AES Brasil. Integrante de conselhos e fóruns empresariais no
País e no exterior como membro titular do Conselho de Infraestrutura
(COINFRA) e do Conselho de Assuntos Legislativos (COAL) da
Confederação Nacional da Indústria (CNI), membro convidado do
World
Economic Forum (WEF)
, membro titular do Departamento da Indústria
da Construção da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
(DECONCIC), entre outros. Eleito Diretor da FIESP para o triênio 2018 -
2020. Tem ativa participação na mídia nacional e internacional.
PAULO CAMILLO VARGAS PENNA
Paralelamente, grandes obras de
infraestrutura foram realizadas pelo
governo, como a construção de es-
tradas, barragens, hidrelétricas e
obras de desenvolvimento urbano.
Nessa década, a produção/con-
sumo brasileiro de cimento cresceu
intensamente, partindo do patamar
de 9,8 milhões de toneladas por ano
para 27,2 milhões de toneladas no
início dos anos 1980, aumento de
177% (Gráfico 1). Isso motivou o
investimento na expansão do par-
que industrial cimenteiro, feito não
só pelos grupos que já operavam,
mas também por dez novos grupos