Revista Concreto & Construções - edição 89 - page 73

CONCRETO & Construções | Ed. 89 | Jan – Mar • 2018 | 73
avaliação se refere às condições dos
corpos de prova, uma vez que o pro-
grama de aquecimento padronizado
para ensaios de resistência ao fogo é
difícil de ser executado pela necessi-
dade de equipamentos com alto poder
calorífico. Por outro lado, estudos rea-
lizados em corpos de prova não con-
templam as diversas variáveis de uma
estrutura de concreto real, como as di-
mensões da seção transversal de um
elemento, presença e configuração de
armaduras, condições de vinculação e
carregamento, que governam a distri-
buição de temperaturas e o estado in-
terno de tensões do elemento.
Obviamente que estudos realizados
em corpos de prova permitem obter
uma ideia de padrão de comportamen-
to e são importantes para o desenvolvi-
mento de estudos prévios. No entanto,
a influência do comportamento de um
elemento estrutural na resistência ao
fogo será conhecida apenas pela rea-
lização de ensaios que representem a
realidade. Mesmo assim, a variabilida-
de nos resultados poderá ser elevada,
visto a sensibilidade do material à ocor-
rência de tal fenômeno.
A seguir serão apresentados os
resultados de estudos realizados em
elementos de concreto para verificar a
influência que fatores exercem na ocor-
rência do fenômeno de desplacamento.
Sendo assim, foram avaliados pilares
de concreto armado com diferentes es-
pessuras de cobrimento das armadu-
ras e diferentes traços de concreto. A
influência do tempo de cura foi avaliada
em painéis de concreto pré-fabricados,
além do tipo de reforço empregado, de
acordo com os procedimentos apre-
sentados a seguir.
2.1 Procedimento de ensaio
A avaliação da resistência ao fogo
de sistemas construtivos é realizada
por meio do procedimento estabeleci-
do pela norma ISO 834-1 (ISO, 2014),
que serviu de base para os procedi-
mentos das normas brasileiras NBR
5628 (ABNT, 2001) e NBR 10636
(ABNT, 1989) para ensaios de elemen-
tos estruturais e ensaios de paredes
de vedação, respectivamente. Apesar
dessas normas possuírem algumas
diferenças em seus procedimentos, o
programa de aquecimento (Figura 2)
e requisitos exigidos na determinação
do tempo de resistência ao fogo são
os mesmos: estabilidade, estanquei-
dade e isolamento térmico.
Os ensaios de resistência ao fogo
foram realizados em um forno vertical
aquecido por quatro queimadores com
gás liquefeito de petróleo, localizados
nas paredes laterais da câmara interna
do forno, que possui 2,5 m de altura,
2,5 m de largura e 1,0 m de profundi-
dade. O forno é controlado por pressão
diferencial, com potência de aqueci-
mento total de 654 kcal/h, sendo 396
kcal/h na parte inferior e 258 kcal/h na
parte superior, programado para reali-
zar o aquecimento automático de acor-
do com a curva padrão.
Neste trabalho são apresentados os
resultados da avaliação dos elementos
após sua exposição ao programa tér-
mico, por meio da inspeção visual e da
determinação da perda de seção trans-
versal, quando possível.
u
Figura 2
Curva padrão de incêndio em edificações
u
Figura 3
Forno vertical empregado na
realização dos ensaios
1...,63,64,65,66,67,68,69,70,71,72 74,75,76,77,78,79,80,81,82,83,...100
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