CONCRETO & Construções | Ed. 89 | Jan – Mar • 2018 | 77
O aspecto final das amostras, con-
juntamente com imagens termográficas
registradas aos 90 minutos, pode ser
verificado na Tabela 2.
É possível verificar que o tempo de
cura afeta significativamente o compor-
tamento dos painéis. As duas primeiras
amostras, de 7 e 14 dias, apresentaram
alto grau de desplacamento em suas
placas constituintes. Com o acréscimo
de tempo de cura, a área desplacada
reduziu, sendo nula na amostra com 84
dias de tempo de cura. Ressalta-se que,
nas duas primeiras amostras, foi possí-
vel identificar estalos já nos primeiros 10
minutos de ensaio. Também se verificou
maior perda de água nestas amostras, o
que ocorreu de forma mais reduzida na
amostra com 84 dias de cura.
A influência do tempo de cura tam-
bém afetou o tempo de resistência ao
fogo das amostras. Em relação à estabi-
lidade, todas as amostras apresentaram
comportamento satisfatório. Em relação à
estanqueidade, a amostra de 7 dias apre-
sentou desempenho insatisfatório, per-
dendo esta propriedade aos 72 minutos.
As demais cumpriram o requisito pela du-
ração completa do ensaio. Por fim, o iso-
lamento térmico foi o fator determinante
para o desempenho das amostras, sendo
a perda desta propriedade associada dire-
tamente ao tempo de cura. A amostra de
84 dias apresentou omelhor desempenho
de todos, perdendo seu isolamento térmi-
co apenas aos 156,9 minutos.
3. CONCLUSÃO
O fenômeno do desplacamento do
concreto é um processo complexo, que
envolve diversas variáveis e parâmetros
intervenientes. O presente artigo apre-
sentou um panorama geral dos progra-
mas experimentais desenvolvidos no itt
Performance/Unisinos. Como caracte-
rística, ressalta-se o ineditismo das pes-
quisas realizadas, principalmente por se
tratar de amostras em escala real en-
saiadas em forno vertical normalizado.
Em relação aos ensaios de pilares,
foram avaliadas diferentes composições
do concreto, espessuras de cobrimen-
to e diâmetros das barras. Verificou-se
maior tendência ao desplacamento nos
pilares com maiores espessuras de co-
brimento e valores de resistência inter-
mediários, na ordem de 60 MPa. Esse
comportamento pode ser explicado pela
maior porosidade e permeabilidade des-
tes concretos que permitem o alívio das
pressões causadas pela vaporização da
água, enquanto concretos com resistên-
cia maior do que 60,0MPa apresentam
maior resistência à tração, capazes de
absorver as tensões provocadas.
Quanto aos painéis, a pesquisa desen-
volvida avaliou três tipos de painéis pré-fa-
bricados: de concreto armado, de concreto
armado com fibras poliméricas e de con-
creto protendido. Em termos de desplaca-
mento, os painéis com fibras apresentaram
o melhor desempenho, enquanto os pai-
néis de concreto protendido apresentaram
o fenômeno na forma explosiva.
Outro estudo buscou avaliar a
u
Tabela 2 – Verificação da influência do tempo de cura na resistência ao fogo
de painéis de concreto
7 dias
14 dias
28 dias
56 dias
84 dias