Revista Concreto & Construções - edição 86 - page 72

72 | CONCRETO & Construções | Ed. 86 | Abr – Jun • 2017
u
encontros e notícias |
CURSOS
special: ensi e prendizado na engenharia civil
Ensino de Engenharia Civil
no Canadá: da formação
à atuação profissional
E
ste artigo procura relatar um
pouco da experiência em ensino
de engenharia civil no Canadá,
em especial na Universidade de Calgary, a
partir da vivência do primeiro autor como
professor visitante e do segundo autor
como professor da universidade canaden-
se há mais de uma década. Contempla o
processo de entrada na universidade, que
pode ocorrer tanto a partir da graduação
no ensino médio quanto a partir da gra-
duação em ensino tecnológico, com apro-
veitamento de parte dos créditos. Discute
inserção do aluno na graduação, mos-
trando suas possibilidades de estudo em
diferentes áreas, subáreas e disciplinas.
Apresenta o processo de credenciamento
na associação de classe, primeiramente
como engenheiro em treinamento para,
em seguida obter o título de engenheiro
profissional, mediante o cumprimento de
diversos requisitos de educação continua-
da e de renovação de atribuições.
1. ORGANIZAÇÃO
DA UNIVERSIDADE
A Universidade de Calgary é pública,
não visa lucro ou possui um dono. É man-
tida parcialmente com recursos do Gover-
no da Província de Alberta e conta com
muitas doações do setor privado, além de
possuir várias parcerias em projetos de
pesquisa com recursos de empresas.
A universidade não é gratuita - os
alunos devem pagar uma anuidade em
torno de 7.000 dólares canadenses.
Quanto à gestão, existe um Con-
selho Diretor da universidade, cujos
membros são nomeados pelo governo
de Alberta. Esse conselho é formado
por pessoas de fora da universidade. O
presidente da universidade é escolhido
por esse conselho, podendo ou não
ser um professor da universidade. Esse
presidente escolhe o reitor, que esco-
lhe os diretores das faculdades, que
escolhem os chefes de departamento.
Em cada um desses níveis, o processo
de escolha leva em conta a experiên-
cia dos docentes, sendo que o profes-
sor interessado deve se candidatar ao
cargo, usualmente após vários anos
de experiência.
A universidade tem autonomia total,
tanto acadêmica quanto financeira.
Os cursos de Engenharia passam, a
cada cinco anos, por um processo de
acreditação realizado por um conselho
externo. Os membros desse conselho
são docentes de outras universidades e
profissionais das associações de enge-
nharia, que verificam o curso, currículo,
ementas, etc. Essa não é uma obriga-
ção legal, mas usual e necessária para
que potenciais alunos tenham interesse
nos cursos oferecidos.
2. FORMA DE INGRESSO NO
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
O ingresso é realizado inicialmen-
te no primeiro ano de engenharia, que é
comum a todos os programas. Somente
após a conclusão do primeiro ano é que o
aluno opta por uma das áreas de estudo
(“major”), entre as quais a Engenharia Civil.
A principal forma de ingresso é atra-
vés de processo seletivo de alunos pro-
venientes do ensino médio. São levados
em conta as notas dos alunos obtidas
nas disciplinas de Inglês, Química, Física,
Matemática Pura e Cálculo. O valor mé-
dio da nota de corte para aprovação varia
de acordo com a demanda. Na Univer-
sidade de Calgary, a média recente está
em torno de 89% de aproveitamento em
relação à nota máxima das disciplinas.
Existem, porém, outras duas formas de
admissão: para alunos internacionais e para
transferência de outra instituição de terceiro
grau, incluindo cursos tecnológicos.
A presença de estudantes estran-
geiros é incentivada, sendo meta da
universidade ter até 10% desses alunos
nos cursos na Escola de Engenharia.
A admissão é feita através de análise de
currículo e histórico escolar.
Existem também acordos de inter-
câmbio com universidades de outros
países, permitindo tanto que alunos de
outros países realizem um período letivo
GUILHERME PARSEKIAN
UFSC
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ALEXANDRE DE BARROS
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