80 | CONCRETO & Construções | Ed. 86 | Abr – Jun • 2017
CPs no mesmo gráfico, utilizando o So-
nelastic® e o ultrassom.
Os gráficos da Figura 8 demonstram
que os ensaios na laje alveolar nº 2, tanto
para o Sonelastic® quanto para o ultras-
som, não apresentaram comportamento
similar aos seus respectivos CPs. Para a
laje alveolar nº 3, os ensaios do ultrassom
na laje e nos CPs apresentaram curvas
de correlação similares, demonstrando
que ambos os elementos possuem com-
portamentos semelhantes quanto ao
crescimento do módulo. A diferença está
nos valores desses módulos, já que, para
uma mesma resistência à compressão,
os valores do módulo dinâmico da laje e
dos CPs são distintos, comprovando que
cada elemento possui um crescimento
do módulo diferente ao longo do tempo.
6. CONCLUSÃO
Apesar de ambos os métodos apre-
sentarem boa correlação, tanto nos CPs
quanto nas lajes alveolares, cada tipo de
ensaio possui diferentes equações e cur-
vas na correlação. Isso porque o módulo
dinâmico do ultrassom é sempre maior do
que no Sonelastic®. Esse fator já era es-
perado, e ressalta-se que a obtenção do
módulo dinâmico pelo ultrassom é locali-
zado, obtendo as ondas ultrassônicas so-
mente nos pontos em que estão posicio-
nados os transdutores. Já o Sonelastic®,
o módulo dinâmico é global, registrando
toda a vibração do elemento em estudo.
Outro fator a considerar é que, apesar
de se ter realizado os ensaios com o mes-
mo método nos CPs e nas lajes alveolares,
cada elemento terá uma curva de correla-
ção do módulo dinâmico pela resistência
à compressão diferente. O motivo é que
cada elemento estrutural possui um cres-
cimento diferente do módulo dinâmico ao
longo do tempo, conforme apresentado
nas análises, devido ao processo de cura
ligeiramente diferente. Ressalta-se, porém,
que, neste estudo específico, poderia se
utilizar as curvas de correlação obtidas dos
CPs cilíndricos para estimar a resistência à
compressão das lajes a partir do módulo
de elasticidade obtido nos ensaios das la-
jes, pois, neste caso, esta resistência esti-
mada seria menor do que a resistência real,
o que estaria a favor da segurança.
Finalmente, os resultados mostram
que a aplicação de ensaios não des-
trutivos na caracterização do concreto
utilizado na construção de elementos
pré-fabricados pode ser uma alterna-
tiva viável. Talvez, não seja o caso de
se substituir os ensaios destrutivos por
ensaios não destrutivos, mas utilizar am-
bos em conjunto de maneira a se poder
ter uma caracterização mais confiável,
com mais dados para análise.
u
Figura 9
Comparação do gráfico de correlação da resistência à
compressão vs módulo dinâmico para a laje e CPs cilíndricos da L3
utilizando Sonelastic® e Ultrassom
Sonelastic®
a
Ultrassom
b
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