Revista Concreto & Construções - edição 83 - page 43

CONCRETO & Construções | 43
A Figura 6 apresenta uma síntese
da avaliação da potencialidade reativa
dos agregados miúdos e graúdos nos
ensaios de acordo com a NBR 15577
– Parte 4. Cumpre esclarecer que, para
esses cálculos, foram utilizados um to-
tal de 1994 amostras, não importando
sua procedência ou tipo de cliente e,
portanto, em quantidade maior em re-
lação à mostrada na Figura 5.
A Tabela 1 apresenta uma síntese
da avaliação da potencialidade reativa
dos agregados dos sete Estados com
maior número de amostras ensaiadas
pela NBR 15577 – Parte 4.
4. SUGESTÕES DO COMITÊ
TÉCNICO DO IBRACON PARA O
APRIMORAMENTO DA NORMA
Desperta a atenção com relação à
experiência adquirida ao ensaiar inúme-
ras amostras de agregados pelo méto-
do acelerado de barras de argamassa
a disparidade de valores de expansão
obtidos aos 28 dias de ensaio em cura
agressiva alcalina. De fato, observam-
-se barras de argamassa com expan-
são desde 0,01% até 1,86%. A Figura
7 ilustra os resultados obtidos.
Em vista desses resultados, como
integrantes do CT-201, do IBRACON,
representantes da ABCP colocaram em
discussão o tema nesse comite técnico,
que deliberou por apresentar uma suges-
tão de incorporar na norma da ABNT, em
sua próxima revisão, a classificação dos
agregados quanto ao grau de reativida-
de potencial e, assim, orientar com mais
detalhe os usuários quanto à intensidade
das medidas de mitigação. As intensida-
des das medidas de mitigação estão atu-
almente na norma ligadas à intensidade
da ação preventiva (desnecessária, míni-
ma, moderada ou forte), mas não ao grau
de reatividade dos agregados.
Acredita-se que a introdução de
classificação de grau de reatividade
potencial nível 1, 2 e 3, em função da
expansibilidade da barra de argamassa
do ensaio acelerado aos 28 dias, pode-
ria contribuir para maior segurança na
prevenção de manifestação patológica.
A Tabela 2 apresenta a sugestão de
classificação dos agregados quanto ao
grau de reatividade potencial.
u
Figura 7
Perfil de expansão das amostras de agregado miúdo e graúdo ensaiados
na ABCP
1274
409
163
147
508
139
22
13
766
270
141
134
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
< 0,19
0,19 ≤ E < 0,40
0,40 ≤ E < 0,60
≥ 0,60
Número de amostras
Intervalo de expansão (%)
Total
Agregado Miúdo
Agregado Graúdo
u
Tabela 2 – Sugestão de classificação do grau de reatividade de agregados
Expansão das barras de
argamassa aos 28 dias (%)
Classificação da reatividade
potencial do agregado
Classificação da
ação preventiva
Menor que 0,19%
Potencialmente inócuo
Desnecessária
Entre 0,19 e 0,40% Potencialmente reativo grau 1
Mínima
Entre 0,41 e 0,60% Potencialmente reativo grau 2
Moderada
Maior que 0,60% Potencialmente reativo grau 3
Forte
[01] AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. ASTM C 1260 Standard Test Method for Potential Alkali Reactivity of Aggregates. Philadelphia, 2007.
[02] AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. ASTM C 1293 Standard Test Method for Determination of Length Change of Concrete Due to Alkali-Silica
Reaction. Philadelphia, 2006.
[03] AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. ASTM C 1567 Standard Test Method for Determining the Potential Alkali-Silica Reactivity of Combinations of
Cementitious Materials and Aggregate. Philadelphia, 2007.
[04] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND. Relatórios internos, vários, São Paulo de 2000 a 2016
[05] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 15577 Agregados – Reatividade álcali-agregado – Partes 1 a 6. Rio de Janeiro, 2008.
[06] BATTAGIN, I. L. S; BATTAGIN, A. F.; SBRIGHI NETO, C. A Norma técnica brasileira de reação álcali-agregado faz seu primeiro aniversário. Revista Concreto e
Contruções, v. 54, p. 34-47, 2009.
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