Revista Concreto & Construções - edição 83 - page 49

CONCRETO & Construções | 49
vez, alcançada pelo uso de adições
ativas, como escórias e pozolanas,
que durante sua hidratação conso-
mem portlandita para formar C-S-H.
2. PREVENINDO REAÇÕES
ÁLCALI-SILICATO COM
CIMENTOS INIBIDORES
Praticamente todas as adições
ativas, ou seja, escórias, cinzas vo-
lantes e pozolanas naturais e artifi-
ciais podem ser usadas para inibir as
reações álcali-sílica e álcali-silicato.
No entanto, os teores necessários
para a prevenção variam grande-
mente e dependem da composição
química desses cimentícios e de ou-
tros fatores, tais como: reatividade
do agregado e quantidade de álca-
lis disponíveis para a reação (Tho-
mas & Folliard 2007).
De acordo com Thomas (2011), a
eficácia das adições, no que diz res-
peito à prevenção das reações álcali-
-silicato e álcali-sílica, aumenta com
o aumento dos seus teores de sílica
e diminuição dos seus teores de cál-
cio e álcalis. A Figura 2 apresenta,
esquematicamente, as composições
químicas, em termos de suas quan-
tidades de sílica, alumina e óxido de
cálcio, das adições comumente usa-
das para inibição das reações álcali-
-silicato e álcali-sílica. Assim, com
base nesta Figura, é possível deduzir
que, todos os outros fatores sendo
iguais (ex. agregado, teores de ál-
calis e condições de exposição do
concreto), os teores de adição ne-
cessários para prevenir as reações
álcali-silicato e álcali-sílica aumen-
tam conforme a relação: sílica ativa
cinzas volantes
escórias de
alto forno. No caso da pozolanas na-
turais, seu caráter inibidor depende-
rá não somente de sua composição
química, mas também de sua reati-
vidade, que tende a ser muito mais
variável que a reatividade das cinzas
e das escórias.
De modo geral, são precisos te-
ores da ordem 10% de adição de sí-
lica ativa e maiores que 25% de cin-
zas volantes e 50% de escórias para
a prevenção das reações álcali-sílica
e álcali-silicato. No entanto, esses
valores devem ser definidos por en-
saios que considerem os insumos a
serem usados no concreto, já que
eles dependem fortemente da reati-
vidade dos agregados e dos álcalis
provenientes do cimento, dos aditi-
vos e de quaisquer outras fontes.
3. ESTUDO DE CASO
Seixos e basaltos, a serem usa-
dos como agregados no concreto
a ser aplicado em uma instalação
industrial em Minas Gerais, foram
analisados por petrografia e ensaios
acelerados, de acordo com os mé-
todos prescritos pelas NBR 15577-
3 e NBR 15577-4, respectivamente.
O método especificado pela NBR
15577-4 é indicado para avaliar a
reatividade de agregados frente a
u
Figura 2
Composições químicas,
esquemáticas, em termos de seus
teores de SiO , Al O e CaO, das
2
2 3
adições comumente usadas para
inibição das reações álcali-silicato
e álcali-sílica, e de um cimento
tipo I, para comparação
u
Figura 3
Variação dimensional de barras de argamassa preparadas com agregados
reativos e cimento padrão não inibidor (NBR 15577-4). A linha vermelha
indica o limite de expansão (0,19%) aos 28 dias de cura
1...,39,40,41,42,43,44,45,46,47,48 50,51,52,53,54,55,56,57,58,59,...100
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