Revista Concreto & Construções - edição 83 - page 58

58 | CONCRETO & Construções
6.7 Procedimento para o ensaio
Logo após o preparo, identifi-
cação e instalação do sistema de
fixação dos medidores, os corpos
de prova deverão ser mantidos em
ambiente climatizado de temperatura
constante por volta de 23 ± 0,5°C,
por 48 horas. Após isso, imediata-
mente, far-se-á uma leitura de de-
formação e temperatura. Os corpos
de prova serão colocados, após essa
leitura, em um ambiente à tempera-
tura de 38 ± 1,0°C por outras 48 ho-
ras. Em seguida far-se-á uma outra
leitura de deformação e temperatu-
ra a cada par de medidores diame-
tralmente instalados em cada corpo
de prova.
Os dados de deformações e tem-
peraturas serão comparados com
a adoção de um coeficiente de ex-
pansão térmica médio de concretos
com agregados de mineralogia aná-
loga ao dos usados nos concretos
em avaliação. Caso as leituras não
mostrem um comportamento análo-
go ao admitido, para esse parâmetro
de coeficiente de expansão térmi-
ca, verificar o sistema de fixação e
os apoios.
Após a verificação, armazenar
os corpos de prova em quantida-
des e nos ambientes indicados
anteriormente. Efetuar as leituras
iniciais de umidade, temperatura e
deformação.
A cada dia, durante 5 dias se-
guidos, efetuar leituras de umidade,
temperatura e deformação. Caso não
seja adotado um registrador contí-
nuo, as leituras deverão ser registra-
das em impresso próprio, contendo
as identificações de cada corpo de
prova, condições de armazenamen-
to, exposição, data, hora, operador
e as respectivas leituras de umidade,
temperatura e deformação.
Comparar as leituras dos 5 pri-
meiros dias com as correspondentes
verificações indicadas anteriormente.
Caso sejam verificadas anomalias,
repetir os procedimentos. Caso não
ocorram anomalias, efetuar leituras
espaçadas a cada semana, durante
os 3 primeiros meses, a cada quin-
zena, nos 6 meses subsequentes, e
mensais no período restante.
As leituras poderão ser finalizadas
após a verificação de estabilização
das deformações (compatíveis com
a mínima leitura dos extensômetros),
e/ou a orientação do responsável
técnico pelos ensaios.
Verificar sistematicamente as
condições indicadas de temperatu-
ra e umidade. Estabelecer gráficos
de acompanhamento para avaliar os
gradientes de expansão e a estabi-
lização das deformações. Ao final
de cada ensaio, para cada corpo de
prova, realizar ensaio para determi-
nação do módulo de elasticidade à
compressão, considerando uma ten-
são de ruptura de aproximadamente
30MPa. Com parte dos fragmentos
dos corpos de prova ensaiados, rea-
lizar ensaios de microscopia e petro-
grafia, de tal modo a caracterizar os
estados de reações álcali-agregado
e eventuais ataques por sulfatos.
Com outra parte dos fragmentos dos
corpos de prova realizar ensaios para
determinação da massa específica e
absorção.
7. COMENTÁRIOS ADICIONAIS
Este artigo apresentou a suges-
tão para uma nova rotina de ensaios
para avaliar o fenômeno expansivo
de estruturas de concreto devido à
reação álcali-agregado.
A base do método proposto con-
sidera os efeitos da expansão em
condições diferentes de temperatura
e umidade, estabelecendo uma re-
gressão até que se obtenha os resul-
tados condizentes com as condições
ambientais ao qual a estrutura estu-
dada está exposta.
Esta metodologia foi baseada em
dados obtidos através de testes rea-
lizados em testemunhos de concreto
extraídos da ponte do Mar Pequeno/
SP e evidenciou bons resultados.
[01] American Society for Testing and Materials. ASTM C 1260-07, Standard Test Method for Potential Alkali Reactivity of Aggregates (Mortar-Bar Method),
West Conshohocken, Pennsylvania, 2010
[02] FOLLIARD, K. Recomendações, ECOVIAS, 2007
[03] ANDRIOLO, F. Relatório de Viagem aos Estados Unidos, ECOVIAS, Dezembro 2007
[04] CESP/ECOVIAS. Relatórios de Ensaios de Expansão, Período 2009 a 2011
[05] IEME/ECOVIAS. Relatórios de Inspeções e Monitoração das Estruturas, Período 2007 a 2011
[06] BERNARDES, H. M. Relatório de Análise Físico-Matemática, ECOVIAS, 2012
[07] RIDING, KYLE A.; POOLE, JONATHAN L.; FOLLIARD, KEVIN J.; JUENGER, MARIA C. G.; SCHINDLER, ANTON K. Modeling Hydration of Cementitious Systems,
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