Revista Concreto & Construções - edição 83 - page 52

52 | CONCRETO & Construções
Os agregados graúdos utilizados
foram adquiridos de jazidas da Baixa-
da Santista, tratando-se basicamente
de granitos.
Sob o regime de Concessão, os
procedimentos técnicos consideram
inspeções periódicas com especi-
ficidades distintas, que se iniciaram
em 1999. A partir dessas inspeções
foram observadas fissuras em al-
guns elementos estruturais, (Figura
2), que foram monitoradas e exigi-
ram atenção crescente e ensaios
de averiguação. Em 2006/2007, foi
constatado que as fissuras eram de-
correntes das expansões devidas ao
fenômeno RAA.
Diante desse recém-descoberto
cenário, foram tomadas ações para:
u
Avaliar a segurança estrutural da
ponte, de modo a permitir a ope-
ração sem restrição de tráfego de
veículos;
u
Estabelecer ações reparatórias,
de modo que a provável evolu-
ção das aberturas das fissuras
não permitissem a ocorrência
de ações agressivas devido ao
ambiente marítimo, afetando
ainda mais a durabilidade das
estruturas;
u
Estudar a evolução da RAA, de
modo a se ter uma possível ava-
liação do tempo requerido para
uma manutenção sistemática,
considerando o fenômeno e a se-
gurança operacional da estrutura.
Ou seja, procurou-se avaliar condi-
ções e cuidados, cujos procedimen-
tos permitissem operar a ponte com
segurança.
2. OBSERVAÇÕES RELEVANTES
E AÇÕES ADOTADAS
As inspeções periódicas permiti-
ram observar fissuras nas faces supe-
riores das vigas travessas originadas
de falhas executivas durante a época
de construção. Constatou-se que as
armaduras principais (tirantes das vi-
gas travessas) e secundárias (acima
das armaduras dos tirantes) não eram
consistentes com o detalhamento de
projeto original; a abertura de fissuras
encontradas na superfície dos blocos
de transição sobre estacas eram supe-
riores às toleradas pela Norma ABNT-
-NBR 6118 (Limites para fissuração
e proteção das armaduras quanto à
durabilidade). Uma série de ensaios
laboratoriais em testemunhos de con-
creto extraídos da estrutura (março/
maio de 2006) confirmou a ocorrência
de RAA.
A partir de dezembro de 2006
iniciou-se uma campanha de instru-
mentação e monitoramento (Figura
3) dos elementos da estrutura (vigas
travessas e blocos), de forma a per-
mitir a condução segura das análises
para desenvolvimento de um projeto
de recuperação eficiente.
Também foram realizados en-
saios dinâmicos, através do posicio-
namento de acelerômetros em cada
tramo da estrutura para determina-
ção de suas frequências naturais. Os
valores medidos em campo serviram
para validar o modelo matemático
computacional da ponte (Figura 4).
A comparação entre os resultados
teóricos e empíricos mostrou que o
comportamento estrutural da ponte
ainda é próximo às condições iniciais
de projeto, apesar das patologias
existentes provocadas pelas reações
expansivas.
Provas de carga estáticas e dinâ-
micas (Figura 5) foram realizadas para
avaliar o comportamento estrutural
e eventuais reservas elásticas. Con-
cluiu-se que a estrutura continuava
u
Figura 2
Fissuração nos blocos
u
Figura 3
Aspectos do Sistema de monitoração implantado
1...,42,43,44,45,46,47,48,49,50,51 53,54,55,56,57,58,59,60,61,62,...100
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