Revista Concreto & Construções - edição 83 - page 42

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ação preventiva forte, as medidas mi-
tigadoras devem sempre contemplar a
realização de ensaios, para comprovar
que o agregado apresenta comporta-
mento potencialmente inócuo ou para
comprovar a mitigação da reação pelo
uso de materiais inibidores, nos casos
de agregados reativos.
Estão incluídas nessa condição to-
das as obras hidráulicas e estruturas em
contato direto com água, elementos es-
truturais enterrados ou em contato com
o solo, elementos maciços de concreto,
todas as construções consideradas de
grande porte e, portanto, de grande res-
ponsabilidade estrutural, cuja manuten-
ção, além de difícil, é onerosa e cuja pa-
ralisação pode gerar grandes transtornos
à população, como barragens, pontes,
viadutos, usinas produtoras de energia,
e similares. Esses fatos impulsionaram a
demanda por ensaios para comprovar a
inocuidade dos agregados ou a mitiga-
ção da expansão causada pela reação.
3. A EXPERIÊNCIA DA APLICAÇÃO
DA ABNT NBR 15577 E
A ESTATÍSTICA DOS ENSAIOS
REALIZADOS
A prevenção da reação álcali-agre-
gado é simples, segura e de fácil assimi-
lação pela comunidade técnica. Quando
necessárias, as formas de prevenção
através do uso de materiais mitigadores
da RAA são uma primeira alternativa a
ser avaliada técnica e economicamente
compatível com a obra e seu projeto, em
função do nível de risco apurado.
As Figuras 1 e 2 exemplificam o
impacto do desenvolvimento dos tra-
balhos de divulgação do IBRACON e
de normalização sobre o número de
ensaios efetuados nos laboratórios da
ABCP, na ausência de estatística dos
demais laboratórios. Esses ensaios re-
ferem-se aos métodos ASTM C 1260,
antes de 2008, e ABNT NBR 15577,
Partes 4 e 5 (ensaios acelerados de
barras de argamassa), a partir de 2008,
bem como as análises petrográficas
(ABNT NBR 15577, Parte 3), mostra-
das na Figura 2. A Figura 3, por sua vez,
exibe a estatística de ensaios de longa
duração, em prismas de concreto.
Interessante comentar que as amos-
tras de agregados são enviadas pelos
mais diferentes segmentos, incluindo
fornecedores de agregados (pedreiras),
empresas de serviços de concretagem,
construtoras, projetistas, universidades,
além de outros laboratórios, mostrando
que toda a cadeia da construção civil
vai aos poucos se conscientizando da
importância da prevenção de manifesta-
ções patológicas ligadas à RAA.
A partir de 1621 amostras de agre-
gado miúdo e graúdo recebidas pelos
laboratórios da ABCP, nas quais havia
suficiente identificação que permitisse
sua rastreabilidade quanto ao tipo de
cliente final ou procedência de unida-
de da Federação, foi possível levantar
o perfil dos clientes solicitantes dos
ensaios (Figura 4) e a procedência das
amostras de agregado por estados
brasileiros (Figura 5). Observou-se que
as construtoras atualmente constituem
a comunidade mais preocupada na
prevenção do problema de RAA, segui-
do da concreteiras e fornecedores de
agregado. A maior parte das amostras
vem de São Paulo e Pernambuco, com
registro de solicitações de todos esta-
dos brasileiros, exceto Acre.
u
Figura 6
Avaliação da reatividade das amostras de agregado miúdo e graúdo
u
Tabela 1 – Avaliação da potencialidade reativa dos agregados
Estado
Total de amostra
Potencialidade reativa (%)
Potencialmente
inócua
Potencialmente
reativa
Brasil
1994
64
36
SP
532
66
34
PE
228
71
29
PI
45
44
56
BA
70
59
41
RJ
119
100
0
RS
41
27
73
MG
58
65
35
1...,32,33,34,35,36,37,38,39,40,41 43,44,45,46,47,48,49,50,51,52,...100
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