CONCRETO & Construções | 35
3.2.2 M
odelos
preditivos
quanto
à
escala
No que se refere à escala, esta
poder ser dividida em microscópi-
ca, mesoscópica e macroscópica.
Na escala microscópica, o material
concreto é caracterizado como uma
matriz sólida com porosidade e so-
lução intersticial, a qual responde à
ação de um gel expansivo. Na esca-
la mesoscópica, por meio de resul-
tados obtidos com corpos de prova
em laboratório, em uma ordem de
dimensão decimétrica, explica-se
a relação da formação do gel e a
expansão das amostras. Na mode-
lização macroscópica, realiza-se o
cálculo dos efeitos da expansão na
estrutura, a partir de experimentos
laboratoriais com corpos de prova.
Na Tabela 3 estão ilustrados alguns
dos principais modelos desenvol-
vidos para cada escala, juntamente
com seus autores e anos de publicação.
3.3 Exemplos de modelos
numéricos para RAS
A seguir, a título de exemplifica-
ção, são apresentados resumos de
três diferentes modelos numéricos
existentes para a RAS, referentes às
escalas micro, meso e macroscópica.
3.3.1 M
odelo
preditivo
na
escala
microscópica
– B
azant
e
S
teffens
(2000)
Bazant e Steffens (2000) desen-
volveram um modelo em nível mi-
croscópico que se embasou, dentre
outros aspectos, no efeito da con-
centração, em massa, de sílica rea-
tiva no concreto e da permeabilidade
do gel formado, como também da
dependência da reação com a evo-
lução da umidade nos poros, con-
siderando o papel da água como
transportador de íons hidroxilas e
alcalinos. A reação química é, então,
controlada por esse processo difusi-
vo, sendo seu produto acomodado
na região porosa em torno da partí-
cula de agregado.
Para representação dessa consi-
deração, foi criada uma célula cúbica
de lado S, com uma partícula de diâ-
metro D, onde z representa o raio da
superfície da partícula que ainda não
reagiu e
δ
c
refere-se à espessura da
região onde o gel formado é acomo-
dado (Figura 5).
A partir disso, foi proposto pelos
autores que a equação de difusão
em regime estacionário (Equação 2)
resulte na concentração de sílica,
considerando as condições de con-
torno, conforme Equação 3.
[2]
2
2
0
-
-
æ
ö
¶
=
ç
÷
¶
¶ è
ø
w
x
c
x
x
x
u
Tabela 3 – Principais modelos de predição de danos referentes à RAS, separados em função da escala
Nível
Autores
Ano
Periódico
Microscópico
Hobbs
1981
Magazine of Concrete Research
Groves e Zhang
1990
Cement and Concret Research
Furusawa et al.
1994
3rd International Conference on Durability of Concrete
Bazant e Steffens
2000
Cement and Concret Research
Bazant et al.
2000
Journal of Civil Mechanics
Suwito et al.
2002
Concrete Science and Engineering
Xi et al.
2002
Mechanis of Quasi-brittle Materials and Structure
Mesoscópico
Comby-Peyrot et al.
2009
Computional Materials Science
Dunant e Scrivener
2010
Cement and Concret Research
Pan et al.
2013
Science China Technological Sciences
Macroscópico
Swenson e Gillolt
1964
Highway Research Board
Larive e Coussy
1994
Jounées des Science pour l’ingénieur
Léger et al.
1995
Canadian Journal of Civil Engineering
Pappalardo
1999
Revista Mackenzie de Engenharia da Computação
Huang e Pietruszczak
1999
Journal of Engineering Mechanics
Capra e Sellier
2003
Mechanics of Materials