Revista Concreto & Construções - edição 83 - page 28

28 | CONCRETO & Construções
deletéria (expansão do concreto) po-
dem ocorrer fissuras, deslocamentos
diferenciais, lascamentos, aumento
da permeabilidade e diminuição da
resistência química e mecânica do
concreto. Atualmente, sabe-se que
há três variedades da RAA:
1. Reação álcali-sílica: quando a
sílica reativa (do agregado) rea-
ge com os álcalis provenientes,
principalmente, da pasta de ci-
mento, com formação de gel hi-
groscópico expansivo – essa é a
reação mais comum e a que mais
rápido se desenvolve;
2. Reação álcali-silicato: muito si-
milar à anterior, exceto que a
reação agora é pela ação dos
silicatos dos agregados – uma
reação mais lenta que a anterior
e, também, há formação de gel;
3. Reação álcali-carbonato: não for-
ma gel, ocorrendo pela expansão
das rochas carbonáticas a partir
do ataque dos álcalis – dos três
tipos é o mais raro de ocorrer.
Em situações extremas da RAA,
é possível ocorrer pressões devido à
expansão do concreto, da ordem de
13 MPa (1300 tf/m
2
) que, em muitos
casos, é superior à resistência à tra-
ção do concreto!
3. CONDIÇÕES PROPÍCIAS AO
DESENCADEAMENTO
DA REAÇÃO
Para que ocorra a reação é ne-
cessária a presença, simultânea, de:
a) Agregado reativo ou potencial-
mente reativo (sílica, silicato ou
carbonato);
b) Álcalis, principalmente da pasta
de cimento, em teor suficiente;
pode vir de outras fontes: água
de amassamento, aditivos, adi-
ções minerais, agregados;
c) Umidade suficiente, proveniente
do contato direto com a água ou
em ambientes com umidade rela-
tiva do ar acima de 80%.
Além dos elementos acima, outros
fatores contribuem para a variação da
velocidade e magnitude da RAA:
a) Temperatura: quanto mais eleva-
da, mas intensa é a reação;
b) Consumo de cimento: quanto
maior o consumo de cimento,
mais intensa é a reação, mesmo
em presença de baixo teor de ál-
cali (< 0,6%).
4. AÇÕES PREVENTIVAS E
INIBIDORAS DA REAÇÃO
Como ações para prevenir ou ini-
bir a RAA, recomenda-se:
a) Se possível, não utilizar agrega-
dos potencialmente reativos ou
reativos; neste sentido, é im-
prescindível realizar ensaios dos
agregados para identificar o po-
tencial reativo; baixos teores de
agregados reativos são permiti-
dos se forem empregados neu-
tralizadores da RAA no concreto;
b) Limitar o teor de álcalis solúveis
no concreto: a principal fonte de
álcalis é o cimento, que deve pos-
suir teores abaixo de 0,4%; entre-
tanto, é preciso examinar a água
de amassamento, os aditivos, as
adições minerais e até mesmo os
agregados, pois todos são fontes
fornecedoras de álcalis;
c) Proteger o elemento estrutural
contra o contato com o lençol
freático: uso de métodos imper-
meabilizantes;
Detalhe do testemunho extraído
Identificação da “borda de reação” e gel
de RAA por meio de ensaio laboratorial
Bloco concluído, depois de seu
envelopamento com concreto
com microssílica e pintura
impermeabilizante
Colação dos perfis metálicos e das
barras
Dywidag
, apicoamento das
faces e colocação das armaduras, para
recuperação dos blocos afetados
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