Revista Concreto & Construções - edição 83 - page 40

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sido o grande desafio lançado à socie-
dade técnica brasileira.
Atento a essa realidade e ao papel da
normalização no Brasil, o ABNT/CB-18,
estimulado pelo grupo de especialistas
do IBRACON e com base nos textos pro-
duzidos, iniciou os trabalhos de desen-
volvimento de documentos para ordenar
o conhecimento existente e difundir as
diretrizes para avaliação e prevenção do
fenômeno, visando incorporar esse co-
nhecimento no dia a dia dos responsá-
veis pelas obras de engenharia no País.
O conhecimento adquirido na pre-
venção dessa manifestação patológica
na construção das grandes barragens
brasileiras estabeleceu as bases para
a nova norma brasileira, que, visando
prevenir a ocorrência do fenômeno nos
mais diversos tipos de estruturas de
concreto, culminou na publicação, em
2008, dos seis textos normativos que
compõem a ABNT NBR 15577, envol-
vendo um guia de prevenção da RAA
e outras partes dedicadas à amostra-
gem e aos métodos de ensaios.
Inspirada também em normas inter-
nacionais, a Norma Brasileira foi além
dos documentos que lhe serviram de
base e estabeleceu uma análise de ris-
co relativa à possibilidade de uma es-
trutura vir a apresentar manifestações
patológicas devidas à reação álcali-
-agregado. Assim, serve atualmente de
guia a projetistas estruturais, tecnolo-
gistas de concreto, fornecedores de
insumos, construtores e proprietários
de empreendimentos quanto aos cui-
dados necessários para garantir a du-
rabilidade das estruturas, evitando a
ocorrência da reação.
A Norma indica os dados relevantes
que devem ser obtidos para uma aná-
lise crítica consistente da viabilidade
de uso de um agregado com relação à
potencialidade de ocorrência da reação
álcali-agregado em uma estrutura es-
pecífica e, em última instância, prescre-
ve a realização de ensaios laboratoriais.
Esses dados compreendem não
somente ensaios de apreciação e
análise petrográficas dos agregados,
ensaios de barras de argamassa e de
corpos de prova prismáticos de con-
creto, mas também o conhecimento do
tipo de estrutura (maciça ou não ma-
ciça), sua inserção no meio ambiente
(concreto em ambiente seco, exposto
à umidade do ar, enterrado, submerso,
etc.). O teor de álcalis do concreto, o
nível de responsabilidade da estrutura
e a necessidade de medidas preventi-
vas são fatores que também devem ser
considerados na análise crítica.
u
Figura 1
Evolução da quantidade de ensaios de RAA realizados na ABCP de acordo
com as normas ASTM C-1260 e ABNT NBR 15577 – Partes 4 e 5
56
23
82
133
201
401
487
585
502
746 742
623 613
439
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Número de ensaios
Colapso do Edifício Areia-Branca, PE
Divulgação dos casos de RAA de Recife
Início dos trabalhos de normalização
Trabalhos adiantados
de normalização
Publicação da
norma brasileira
Divulgação da
norma brasileira
Ápice das Construções de
Infraestrutura da Copa de 2014
Início da Crise
Econômica no Brasil
u
Figura 2
Evolução da quantidade de análises petrográficas de agregados quanto
à RAA realizadas na ABCP
28 34 19
48
103
150
170
364 380
470
377
343
271
343
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Número de amostras
1...,30,31,32,33,34,35,36,37,38,39 41,42,43,44,45,46,47,48,49,50,...100
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