44  |  CONCRETO & Construções
        
        
          essas armaduras, uma nova cama-
        
        
          da de concreto deverá ser executa-
        
        
          da para reestabelecer o cobrimento
        
        
          mínimo de norma. Essa camada de
        
        
          concreto será executada pelo método
        
        
          chamado de concreto projetado.
        
        
          
            4.3 DANOS ÀS ARMADURAS
          
        
        
          
            ATIVAS (PROTENSÕES)
          
        
        
          Conforme descrito anteriormente,
        
        
          o vão 3 sofreu ação do incêndio de
        
        
          maneira mais intensa. Devido ao fato
        
        
          da avaliação das condições das ar-
        
        
          maduras ativas (protensões) ser muito
        
        
          difícil sem ensaios destrutivos, optou-
        
        
          -se pela desconsideração de parte
        
        
          das protensões que estão nas ca-
        
        
          madas mais inferiores, ou seja, mais
        
        
          próximas à face diretamente atingida
        
        
          pelo incêndio. Na Figura 10 observa-
        
        
          -se a seção transversal de um dos
        
        
          viadutos. Essa seção situa-se no meio
        
        
          do vão 3, mostrando as protensões
        
        
          existentes e destacando aquelas da
        
        
          primeira camada, que não será con-
        
        
          siderada trabalhando integralmente.
        
        
          A desconsideração de parte das
        
        
          armaduras no meio do vão 3 gera
        
        
          uma redução da capacidade de fle-
        
        
          xão dessa seção. Para compensar
        
        
          essa redução, uma das alternativas a
        
        
          seguir deve ser adotada:
        
        
          u
        
        
          Acréscimo de armaduras na face
        
        
          inferior para reestabelecer a capa-
        
        
          cidade de flexão necessária;
        
        
          u
        
        
          Redução do esforço de flexão a um
        
        
          patamar para o qual as armaduras
        
        
          remanescentes sejam suficientes.
        
        
          A primeira alternativa tem um grau
        
        
          de execução relativamente difícil. O
        
        
          acréscimo de armaduras na face inferior
        
        
          dos viadutos, onde a pista inferior en-
        
        
          contra-se em tráfego, é de difícil execu-
        
        
          ção. Toda a operação teria que ser feita
        
        
          em horários reduzidos, quando o tráfego
        
        
          sob os viadutos pode ser interditado, o
        
        
          que é muito complicado tratando-se de
        
        
          uma avenida de grande circulação de
        
        
          veículos durante o dia e noite. Dessa
        
        
          maneira foi considerada como premissa
        
        
          a execução de novas armaduras nas fa-
        
        
          ces inferiores ao mínimo necessário so-
        
        
          mente para reestabelecer o cobrimento
        
        
          das armaduras expostas.
        
        
          A segunda alternativa é de mais sim-
        
        
          ples execução. Já estava previsto, e em
        
        
          andamento, um macaqueamento unifor-
        
        
          me desses viadutos da ordemde 1metro,
        
        
          de maneira a aumentar o gabarito vertical
        
        
          da Avenida dos Bandeirantes, que hoje
        
        
          está em cerca de 4,50m, para os 5,50m
        
        
          mínimos de norma. Atualmente ocorrem
        
        
          diversos incidentes de veículos de maior
        
        
          altura que colidem com a face inferior dos
        
        
          viadutos devido ao baixo gabarito verti-
        
        
          cal. Esse macaqueamento será aprovei-
        
        
          tado para redução dos esforços de flexão
        
        
          positivos. Para isso, em vez de executar
        
        
          somente o macaqueamento uniforme, os
        
        
          apoios 2 e 3 serão macaqueados 15cm
        
        
          a mais que os apoios 1 e 4. Isso fará
        
        
          com que os momentos fletores positivos
        
        
          (aqueles que tracionam a face inferior do
        
        
          tabuleiro) sofram uma redução, trazendo
        
        
          esses esforços a níveis em que, mesmo
        
        
          considerando uma perda de parte das
        
        
          protensões pela ação do fogo, os mo-
        
        
          mentos fletores solicitantes serão me-
        
        
          nores que os resistentes. Consequente-
        
        
          mente, os momentos fletores negativos
        
        
          (aqueles que tracionam a face superior
        
        
          do tabuleiro) sofrerão um acréscimo. Isso
        
        
          pode ser facilmente compensado por um
        
        
          acréscimo de armaduras na face supe-
        
        
          rior do viaduto, pois esses acréscimos
        
        
          podem ser feitos independentemente de
        
        
          interrupções de tráfego na Avenida dos
        
        
          Bandeirantes. A Figura 11 ilustra gráficos
        
        
          de esforços de flexão mostrando como
        
        
          esse macaqueamento diferencial reduz
        
        
          os esforços de flexão positivos no vão 3.
        
        
          Observa-se na Figura  três gráficos em
        
        
          sequência: o primeiro deles é o diagrama
        
        
          de momentos fletores devido às cargas
        
        
          permanentes, o segundo o diagrama dos
        
        
          momentos fletores devido ao macaquea-
        
        
          mento diferencial e o terceiro a soma dos
        
        
          dois anteriores. Comparando a primeira
        
        
          e terceira imagem da Figura 11, observa-
        
        
          -se uma redução de 29% dos momentos
        
        
          fletores positivos permanentes no meio
        
        
          do vão 3 e um aumento de 13% dos mo-
        
        
          mentos fletores negativos permanentes
        
        
          sobre  os apoios 2 e 3.
        
        
          Já na Figura 12, considerando a
        
        
          u
        
        
          
            Figura 11
          
        
        
          Diagramas de momentos fletores devido às cargas permanentes
        
        
          nos vãos 1 a 5, considerando ou não o macaqueamento diferencial