CONCRETO & Construções  |  43
        
        
          frequências naturais de vibração
        
        
          da estrutura e compará-las com
        
        
          as frequências naturais calcula-
        
        
          das a partir de modelos numéricos
        
        
          (Concluiu-se que as primeiras fre-
        
        
          quências naturais de vibração da
        
        
          estrutura real estavam ligeiramente
        
        
          abaixo das calculadas no modelo
        
        
          numérico, indicando que a ação do
        
        
          fogo não alterou significantemente
        
        
          a estrutura - as frequências naturais
        
        
          do viaduto foram de 1.30 Hz, 1.81
        
        
          Hz, 2.05 Hz, e 2.60Hz, enquanto
        
        
          os valores calculados nos modelos
        
        
          numéricos foram de 1.42Hz, 1.97
        
        
          Hz, 2.61 Hz, e 3.77 Hz);
        
        
          u
        
        
          Ensaios nas armaduras ativas
        
        
          (protensões) não foram realizados
        
        
          devido à impossibilidade de aces-
        
        
          so aos cabos - Mais à frente ve-
        
        
          remos como essa impossibilidade
        
        
          de ensaio foi contornada.
        
        
          
            4. SOLUÇÕES PROPOSTAS
          
        
        
          Primeiramente deve-se ressaltar
        
        
          que a alternativa de recuperação es-
        
        
          trutural do viaduto existente é mais
        
        
          vantajosa que a alternativa de demoli-
        
        
          ção e reconstrução por diversos fato-
        
        
          res elencados abaixo:
        
        
          u
        
        
          Redução do prazo de obra: Esti-
        
        
          mamos que o tempo necessário
        
        
          para a recuperação dos viadutos
        
        
          é de cerca de 75 dias, enquanto o
        
        
          prazo para demolição e reconstru-
        
        
          ção seria de, no mínimo, 24 me-
        
        
          ses; assim, chegamos a uma dife-
        
        
          rença de tempo de intervenção de
        
        
          cerca de 21 meses;
        
        
          u
        
        
          Redução direta de custo: Esti-
        
        
          mamos que o custo para realizar
        
        
          a recuperação dos viadutos é de
        
        
          cerca de 25% do custo para de-
        
        
          molição e reconstrução, o que
        
        
          poupará uma soma considerável
        
        
          de dinheiro público;
        
        
          u
        
        
          Redução indireta de custo: A re-
        
        
          dução de prazo de obra traz uma
        
        
          vantagem que talvez seja inesti-
        
        
          mável; seria muito difícil, ou pra-
        
        
          ticamente impossível, estimar o
        
        
          custo que 21 meses a mais de
        
        
          congestionamentos na região re-
        
        
          presentam - essa estimativa teria
        
        
          que computar horas incontáveis
        
        
          de cidadãos diariamente parados
        
        
          no trânsito (Se considerarmos que
        
        
          cada pessoa que passa pela re-
        
        
          gião perde em média 30 minutos
        
        
          a mais por dia parado no trânsito,
        
        
          devido à interdição dos viadutos,
        
        
          podemos ter uma pequena visão
        
        
          do impacto disso).
        
        
          
            4.1 LIBERAÇÃO DE TRÁFEGO
          
        
        
          
            EM SITUAÇÃO PRECÁRIA
          
        
        
          De maneira a desafogar considera-
        
        
          velmente os congestionamentos cau-
        
        
          sados pela interdição dos viadutos, foi
        
        
          solicitado pela Prefeitura Municipal de
        
        
          São Paulo analisar a possibilidade de
        
        
          liberação do tráfego em caráter precá-
        
        
          rio. Nessa solicitação foi questionada
        
        
          se seria viável a passagem, em ape-
        
        
          nas um dos viadutos (viaduto sentido
        
        
          centro, que se encontra em melhor
        
        
          condição), de duas faixas de tráfego
        
        
          (uma sentido centro e outra sentido
        
        
          bairro) onde trafegariam apenas ôni-
        
        
          bus e táxis. Levando em consideração
        
        
          os danos causados à estrutura e que o
        
        
          tráfego seria apenas de ônibus e taxis,
        
        
          em apenas duas faixas, concluiu-se
        
        
          que essa liberação seria viável. Salien-
        
        
          ta-se que foi solicitada a limitação de
        
        
          velocidade a 40 km/h para minimizar
        
        
          efeitos dinâmicos (redução de impac-
        
        
          to) à estrutura.
        
        
          
            4.2 PERDA DE CONCRETO E
          
        
        
          
            EXPOSIÇÃO DE ARMADURAS
          
        
        
          A perda de uma camada de con-
        
        
          creto nas faces inferiores dos viadu-
        
        
          tos chegou a expor grande parte das
        
        
          armaduras passivas (barras CA-50) e
        
        
          uma pequena parte das armaduras
        
        
          ativas (protensões). Isso fez com que
        
        
          essas armaduras fiquem diretamente
        
        
          expostas às intempéries, o que, ao
        
        
          longo do tempo, vai gerar corrosão,
        
        
          além de criar uma “porta” para que
        
        
          também as armaduras que não foram
        
        
          expostas pelo incêndio venham a ser
        
        
          prejudicadas. De maneira a proteger
        
        
          u
        
        
          
            Figura 10
          
        
        
          Seção mostrando a localização das protensões