Revista Concreto & Construções - edição 82 - page 37

CONCRETO & Construções | 37
Pesquisas desenvolvidas na Eu-
ropa reafirmam que a aferição da
segurança estrutural das pontes
existentes com o uso de normas e
regulamentos empregados no di-
mensionamento de pontes novas
pode ser imprópria e demasiado
conservadora, pois a utilização dos
modelos de análise elástico linear e
a avaliação determinística da segu-
rança de um elemento da estrutura
pode não ser representativa da con-
fiabilidade de toda a ponte.
As pesquisas europeias propõem
cinco níveis de avaliação de segu-
rança com complexidade crescente,
desde o mais simples, cujo mode-
lo é semelhante ao utilizado pelas
normas de projeto para estruturas
novas, até o mais sofisticado que
combina a análise não linear com a
análise probabilística.
No Brasil, ainda não existe norma
ou outro tipo de literatura que defina
os procedimentos para a avaliação da
segurança das pontes existentes. Essa
avaliação continua sendo feita com
base nas normas para as obras novas
e na experiência de cada especialista.
A seguir são apresentadas recomen-
dações visando contribuir para a melho-
ria da qualidade dos projetos e da execu-
ção das obras de reforço e alargamento
de pontes, incluindo as fundações:
a) Desenvolvimento de estudos, vi-
sando a edição de normas e pro-
cedimentos destinados à análise
e avaliação de pontes existentes,
para possibilitar procedimentos
mais realistas e consistentes sobre
as intervenções que devem ser fei-
tas, ou até mesmo sobre a decisão
de demolir e substituir uma ponte;
b) Pesquisar a influência de diversos
métodos de alargamento de ta-
buleiro sobre as fundações mais
usuais das pontes, objetivando
identificar com maior clareza a
necessidade e o tipo de reforço a
ser realizado nas fundações con-
forme cada caso;
c) Avaliação da segurança das pontes
existentes brasileiras também com
o auxílio de métodos probabilísticos,
pois os atuais critérios de avaliação,
feitos por modelos determinísticos e
semiprobabilísticos, podem condu-
zir a distorções nos resultados, no
que se refere aos níveis de confiabi-
lidade aceitáveis.
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Figura 11
Execução de reforço com cravação de estacas adicionais
e aplicação de protensão no bloco
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Figura 12
Detalhe do bloco após o reforço
[01] CRUZ, P., et al.. Métodos de avaliação da segurança das pontes existentes.
Revista Portuguesa de Engenharia de Estruturas, Lisboa, 2008.
[02] MANTEROLA, J.. Puentes – Apuntes para su diseño, cálculo y construcion. Vol. I e II, Colégio de Ingenieros de Caminos, Canales y Puertos, Madrid,2006
[03] VITÓRIO, J. A. P.. Reforço de fundações de pontes e viadutos rodoviários. Seminário Pernambucano de Estruturas de Fundações, Recife, 2014.
[04] VITÓRIO, J. A. P.. Reforço e recuperação de pontes e viadutos. Notas de aula, Escola Politécnica da Universidade de Pernambuco, Recife, 2014.
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