94 | CONCRETO & Construções | Ed. 91 | Jul – Set • 2018
de prova de 100 x 20 x 400 mm, de tra-
ção direta em corpos de prova de 12 x 50
x 200 mm e de compressão em corpos
de prova cilíndricos de 50 x 100 mm. Os
ensaios mecânicos foram realizados em
uma máquina Shimadzu, servo-controla-
da, com capacidade de carga de 1000
kN. O ensaio de resistência à compres-
são uniaxial foi executado com controle
de deformação axial a uma taxa de 0,005
mm/min. A deformação axial do corpo de
prova foi lida a partir da média fornecida
por dois transdutores elétricos de des-
locamento (LVDT), acoplados por anéis
metálicos posicionados na região central
do corpo de prova. O ensaio de flexão
em quatro pontos foi executado com
controle do deslocamento do travessão
a uma taxa de 0,1 mm/min. A deflexão
no meio do vão foi medida por um LVDT
preso a um suporte metálico. O ensaio
de tração direta também foi executado
com controle de deslocamento do tra-
vessão a uma taxa de 0,1 mm/min. O
alongamento médio foi medido por dois
LVDTs posicionados em lados opostos
do corpo de prova.
2.3 Resultados e discussões
2.3.1 P
ropriedades
no
estado
fresco
O resultado do ensaio utilizan-
do a caixa em forma de “L” indicou
um tempo médio de escoamento do
UHPFRC até seu autonivelamento de
30 segundos. O diâmetro médio do
espalhamento no ensaio de tronco de
cone invertido foi de 73 cm (Figura 2).
2.3.2 P
ropriedades no
estado
endurecido
Curvas típicas do comportamento
tensão-deformação sob compressão
para diferentes idades (3, 7, 28, 180 e
365 dias) em condições de cura úmida
são mostradas na Figura 3. Analisando-
-se as curvas tensão-deformação, ob-
serva-se uma maior não linearidade nas
primeiras idades (3 e 7 dias), do que
nas idades mais avançadas (28 a 365
dias) quando as misturas já apresen-
tam maturidade mais avançada. Ob-
serva-se, também, um comportamento
dúctil (pós-pico) mostrando a eficiência
das fibras no controle do ramo descen-
de das curvas, permitindo que o carre-
gamento permanecesse elevado mes-
mo para altos valores de deformação. A
resistência média à compressão aos 28
dias foi de 162,1 MPa (com coeficiente
de variação, CV, de 1,9 %) e na idade
de um ano foi atingida uma resistência
a compressão de carca de 190 MPa
(com CV de 1,6%).
Curvas típicas da tensão equiva-
lente elástica de tração na flexão ver-
sus deflexão no meio do vão obtida
aos 28 dias de idade são mostradas
na Figura 4. Observa-se a natureza
dúctil do compósito cimentício estu-
dado, sendo obtida uma tensão mé-
dia de primeira fissura de 17,3 MPa
(com CV de 3,3%) a uma deflexão
de aproximadamente 0,6 mm, e uma
máxima tensão pós-fissuração de 35
MPa (com CV de 9,7%), para uma de-
flexão de aproximadamente 7,9 mm.
Uma múltipla fissuração foi observada
em toda as amostras ensaiadas a fle-
xão. Após a carga de pico ser atingida
ocorreu a localização e o crescimento
de uma fissura principal com a gra-
dual redução da carga com o aumen-
to da deflexão (ver ramo descendente
da curva carga-deflexão).
Uma curva típica do comporta-
mento tensão na tração direta versus
alongamento é mostrada na Figura
5. Observa-se uma tensão média de
primeira fissura, indicada pelo ponto
B, de 10,2 MPa (com CV de 15,1%)
correspondendo a um alongamento
de 0,026 mm enquanto que a máxima
tensão pós-fissuração (ponto C da Fi-
gura 21), de aproximadamente 11,1
MPa (com CV de 7,3%), ocorreu para
u
Figura 2
Ensaio de espalhamento de tronco invertido do UHPFRC
u
Figura 3
Curvas tensão-deformação sob
cargas de compressão uniaxial
ao longo do tempo do UHPFRC