CONCRETO & Construções | Ed. 91 | Jul – Set • 2018 | 85
do barramento da barragem com
argamassa polimérica projetada.
Os parâmetros observados na cam-
panha, indicaram a necessidade de se
adotar algumas ações com o objetivo
de mitigar e minimizar ao máximo as
prováveis patologias que têm como
causa as variações do microclima no
perímetro da obra, com base nas taxas
de evaporação extremas. Deste modo,
especificaram-se os parâmetros e ma-
teriais como descritos a seguir.
3.1.1
A
rgamassa
polimérica
Os sacos devem ser acondicionados
em locais frescos e arejados até o mo-
mento de sua utilização, buscandomanter
o material abrigado do sol e de forma que
ele fique com sua temperatura mais baixa
quanto possível, não superior a 30°C.
3.1.2 Á
gua
de
amassamento
O emprego de água de amassamen-
to com temperatura de 15°C, buscan-
do uma temperatura da mistura para
projetar não superior a 27°C graus.
Mantendo-se essa temperatura com
os parâmetros de clima observados, a
taxa de evaporação recuou para 0,46
kg/m
2
/h,(Figura 9), que associada a uma
boa proteção de cura reduz a probabili-
dade de fissuração por retração plástica
para níveis recomendados pelo ACI 305,
como indicado na Figura 9.
3.1.3 E
quipamento
de
projeção
O equipamento de projeção deve
ser mantido abrigado do sol durante
todo o período que durar a obra, mes-
mo em casos em que as condições do
microclima sejam favoráveis. O mesmo
cuidado deve-se adotar para o man-
gote de projeção e, caso se observe
uma perda de temperatura acentuada,
deve-se prever a proteção do mangote
das ações dos raios solares.
3.1.4 C
ura
Os parâmetros de microclima
verificados indicam que a proteção do
concreto empregando o processo de
cura rigoroso evita que a água de amas-
samento e de hidratação do cimento
evapore das regiões superficiais da ar-
gamassa, uma vez que a incidência de
velocidades de vento, baixa umidade e
insolação estarão presente na montante
da barragem, em pelo menos metade do
período laboral.
A cura adequada é fundamental para
que a argamassa alcance o seu melhor
desempenho, tornando-a mais imper-
meável, com baixa absorção de água,
com alta resistência à carbonatação e à
difusão de íons, ou seja, com resistência
mecânica e durabilidade adequadas.
A não execução da cura acarretará
em uma argamassa mais porosa, per-
meável, com baixa resistência super-
ficial e sujeita ao ataque dos agentes
agressivos.
A água é parte integrante do pro-
cesso de reação química com o cimen-
to, devendo permanecer o maior tempo
possível na argamassa, pois a mesma
fará parte dos compostos resultantes
da hidratação do cimento. Recomen-
damos adotar o processo de cura quí-
mica, com material impermeável ou
compostos que formem membrana.
3.1.5 T
emperatura
do
substrato
do
concreto
A campanha de verificação da
u
Figura 9
Simulação com a redução da temperatura do concreto e valores médios
dos parâmetros verificados e processamento da taxa de evaporação
(Emax = 0,46 kg/m
2
/h)
Resultado da Monitoração:
Temperatura Ambiente Temperatura do Concreto Umidade Relativa Velocidade do Vento Taxa de Evaporação
°C
°C
%
kph
kg /m
2
/hr
32,3
27
44,9
12,8
0,46
NOMOGRAMA DE TAXAS DE EVAPORAÇÃO DA ÁGUA
Area Monitorada: Perimetros de Montante e Jusante da Barragem de Jucazinho
u
Figura 10
Vista de montante: pontos para verificação da temperatura do substrato
do concreto