CONCRETO & Construções | Ed. 87 | Jul – Set • 2017 | 85
fib
Model Code 2010 (2013), os resul-
tados do momento resistente (M
Rd
)e da
área final de armadura foram bem pró-
ximos entre si, para o caso do dimen-
sionamento sem considerar as fibras.
Ao se comparar a viga dimensiona-
da a partir da ABNT NBR 6118 (2014)
com as reforçadas com fibras, tem-se
reduções na área de aço iguais a 11, 17
e 21%, para os traços T20, T30 e T45,
respectivamente. Observa-se na Figura 7
que houve uma tendência linear na redu-
ção da armadura ao se aumentar o teor
de fibras do compósito, com coeficiente
de determinação, a partir de regressão
linear, igual a 0,95. Essa regressão linear
é um ponto positivo, pois poderia facilitar
uma interpolação de dados para outras
dosagens de fibras, tornando admissível
prever e estimar a área de aço necessária
para resistir à flexão ao se utilizar outros
teores de fibras, dentro da faixa dos teores
inicialmente ensaiados em laboratório.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este artigo teve como objetivo ava-
liar o equacionamento proposto pelo
fib
Model Code 2010 (2013) e a contribui-
ção das fibras no dimensionamento a
flexão de uma viga de concreto armado
submetida. Após a avaliação, tem-se
como considerações finais:
u
A correlação entre a dosagem de fi-
bras e o aumento do f
R3
foi dada por
uma equação logarítmica, indicando
que, para haver ganhos de resistên-
cia estatisticamente significativos, é
necessário incorporar um alto teor de
fibras ao CRF (tais avaliações prévias
ao dimensionamento de estruturas de
CRF são fundamentais);
u
Observaram-se baixas reduções na
área de armadura convencional ao se
incorporar fibras ao dimensionamen-
to; assim, a viabilidade econômica do
uso do CRF para estruturas fletidas
não ocorre pela mera consideração
de sua contribuição na flexão;
u
Ainda são necessários estudos no
processo de dimensionamento e mo-
delagem do CRF, de modo a incorpo-
rar modelos que melhor representem
a resistência à tração nas equações e
dimensionamento – a estratégia apre-
sentada pelo
fib
Model Code 2010
(2013), compatibilizando um ensaio
para avaliar a resistência à tração na
flexão com a tração direta pode estar
reduzindo a eficiência do uso de fibras
em um sistema híbrido com o concre-
to armado para reforço estrutural;
u
É necessário avaliar os benefícios em
se aplicar o CRF no Estado Limite de
Serviço, verificando deformações e
aberturas de fissuras;
u
Ressalta-se que esse estudo foi re-
alizado para uma viga simplesmente
apoiada, sendo verificado apenas o es-
forço de flexão; ainda são necessárias
avaliações que levem em consideração
a peça em uma estrutura global, consi-
derando outros esforços, como torção
e cisalhamento, redistribuição de esfor-
ços e transferências de cargas, bem
como solicitações dinâmicas.
u
Figura 7
Resultados da área de aço calculada em função do teor de fibra
[1] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 6118: Projetos de estruturas de concreto – Procedimentos. Rio de Janeiro, 2014.
[2] _____________. NBR 6120: Cargas para o cálculo de estruturas de edificações. Rio de Janeiro, 1980.
[3] EN – EUROPEAN STANDARD. EN 14651 - 07 - Test method for metallic fibre concrete – Measuring the flexural tensile strength (limit of proportionality (LOP),
residual). Edition: 2007-12-01.
[4] FÉDÉRATION INTERNATIONALE DU BÉTON – FIB. Fib Model Code for Concrete Structures 2010. Swtizerland, 2013. 402p.
[5] FIGUEIREDO, A. D. Concreto reforçado com fibras. 248p. Tese (Livre-Docência) - Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011.
[6] FUSCO, P. B. Tecnologia do Concreto Estrutural. 2ª. Edição. Editora PINI. 2012. 200p.
[7] GUIMARÃES, M C. N. FIGUEIREDO, A. D. Análise da repetibilidade e reprodutividade do ensaio de tenacidade à flexão dos concretos. In: 44° Congresso Brasileiro
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[8] SALVADOR, R. P.; FIGUEIREDO, A. D. Análise comparativa de comportamento mecânico de concreto reforçado com macrofibra polimérica e com fibra de aço. In:
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u
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