Revista Concreto & Construções - edição 87 - page 80

80 | CONCRETO & Construções | Ed. 87 | Jul – Set • 2017
u
pesquisa e desenvolvimento
Contribuição das fibras de
aço para o dimensionamento
à flexão de viga armada
LÍGIA VITÓRIA REAL – D
outoranda
ANDRÉ BALTAZAR NOGUEIRA – M
estrando
LUANA SIMÃO – M
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ANTONIO DOMINGUES DE FIGUEIREDO – P
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lagoas
1. INTRODUCÃO
O
concreto reforçado com
fibras (CRF) vem sendo
utilizado com o intuito de
reduzir a fragilidade e evitar a ruptura
brusca de elementos estruturais. As
fibras agem como pontes de transfe-
rência de tensão através das fissuras,
possibilitando que o concreto apresen-
te maiores deformações na carga de
pico, bem como tenha maior capacida-
de de carga pós-fissuração. Ou seja, há
aumento da ductilidade e da resistência
residual à tração do material (FIGUEI-
REDO, 2011).
Com a adição de fibras no concre-
to também há aumento da tenacidade
do material, ou seja, aumento da ca-
pacidade de absorção de energia até
a ruptura, e o controle da fissuração
com o aumento da capacidade de de-
formação antes da plastificação (tanto
o mecanismo de abertura quanto a
espessura das fissuras são limitados).
Consequentemente, há redução da en-
trada de agentes agressivos e conse-
quente aumento da durabilidade.
Apesar do material já ter sido mui-
to aplicado no Brasil em pavimentos
e em concreto projetado, ainda exis-
te a carência de um código ou norma
nacional que norteie os engenheiros e
demais profissionais envolvidos quan-
to ao dimensionamento e aplicação do
CRF para uso estrutural de maior res-
ponsabilidade. Com o intuito de am-
pliar a aplicação do material, o Instituto
Brasileiro do Concreto (IBRACON) e a
Associação Brasileira de Engenharia e
Consultoria Estrutural (ABECE), através
do Comitê 303, vem desenvolvendo
práticas recomendadas e projetos de
normas técnicas que prescrevem tanto
um modelo de dimensionamento para
estruturas em CRF quanto métodos de
controle tecnológico do material. Esses
estão fortemente alinhados com as dire-
trizes para projeto de concreto reforça-
do com fibras de aço definidas pelo
fib
Model Code 2010 (2013). O documento
possui capítulo dedicado ao controle
tecnológico que leva em consideração
a resistência residual pós-fissuração do
concreto (f
R3
) como parâmetro básico de
dimensionamento. O valor de f
R3
é deter-
minado através da ruptura de prismas à
tração na flexão, método normatizado
pela EN 14651 (2007).
Para avaliar o equacionamento pro-
posto pelo
fib
Model Code 2010 (2013)
e a contribuição das fibras de aço para
os esforços de flexão, desenvolveu-se
um roteiro simplificado de dimensiona-
mento de uma viga de concreto armado
u
Figura 1
Dimensões da viga adotada
1...,70,71,72,73,74,75,76,77,78,79 81,82,83,84,85,86,87,88,89,90,...116
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