72 | CONCRETO & Construções | Ed. 87 | Jul – Set • 2017
u
estruturas em detalhes
Projeto de bases de
equipamentos industriais em
concreto reforçado com fibras
VIVIANE VISNARDI VAZ – P
rofessora
M.S
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MARCO ANTONIO CARNIO – P
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aculdade
de
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ngenharia
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EVOLUÇÃO E
ngenharia
de
E
struturas
1. INTRODUÇÃO
O
s equipamentos industriais
normalmente são instala-
dos em bases específicas,
construídas independentemente dos
pisos de concreto. Em geral essas ba-
ses são construídas isoladas do piso
visando seu isolamento para que não
haja transmissão de vibrações entre os
equipamentos. Na maioria dos casos
a fundação é direta, no entanto podem
existir situações em que seja necessário
algum tipo de fundação profunda. No
dimensionamento devem ser levadas
em consideração ações estáticas e di-
nâmicas. As ações dinâmicas acarretam
em geral a necessidade de grandes ma-
ciços de concreto, visando minimizar o
efeito da vibração da base. Dessa for-
ma, depara-se em muitos casos com
grandes volumes de concreto nessas
bases que necessitam ser armados à
tração. Habitualmente, para o reforço
desses elementos, utilizam-se armadu-
ras posicionadas nos de esforços de
tração, bem como em toda periferia do
volume do bloco. Como o concreto re-
forçado com fibras apresenta resistência
residual após a fissuração da matriz de
concreto, a utilização de fibras no con-
creto pode atuar nos maciços de con-
creto das bases dos equipamentos,
combatendo os esforços de tração que
ocorrem, bem como reforçar todo o vo-
lume da base, aumentando dessa forma
a vida útil desse elemento estrutural por
meio do controle de abertura e propa-
gação de fissuras. Em muitos casos, de
acordo com as necessidades do equi-
pamento, esses grandes volumes apre-
sentam recortes que geram cantos com
pontos de concentração de tensões
de tração. Nessa situação, quando se
utiliza o concreto reforçado com fibras
deve-se prever o posicionamento de ar-
maduras localizadas, visando combater
esses picos de tensão de tração. Deve-
-se ressaltar também que o processo de
execução das bases de equipamentos
com concreto reforçado com fibras é
mais rápida, uma vez que há minimi-
zação dos trabalhos de corte, dobra e
montagem das armaduras de aço. Este
artigo tem por finalidade apresentar con-
ceitos gerais sobre o projeto de bases
de equipamentos em blocos de CRF.
Esses podem ser considerados como
placas apoiadas em meio elástico, com
momento fletor como esforço predomi-
nante, e são usuais em indústrias para
equipamentos de menor complexidade.
O roteiro de dimensionamento no Esta-
do Limite Último tem como referência a
Prática Recomendada IBRACON/ABE-
CE: Projeto de estruturas de concreto
reforçado com fibras.
2. ASPECTOS GERAIS DAS
BASES DE EQUIPAMENTOS
De modo geral, segundo Machado
(2010) pode-se dividir os tipos de equi-
pamentos industriais segundo seu fun-
cionamento em:
a) Equipamentos de movimento perió-
dico (rotação uniforme): geradores,
motores elétricos e bombas, cuja
frequência é alta (
≥
1000 rpm);
b) Equipamentos de movimento perió-
dico (rotação uniforme simultânea a
um movimento retilíneo alternativo):
motores a pistão e compressores a
pistão cuja frequência pode ser bai-
xa (até 300 rpm) ou média (entre 300
rpm e 1000 rpm);
c) Equipamentos de movimento não
periódico (vai e vem seguido de cho-
que): martelos de prensa e forja.
Existem também outros tipos de
equipamentos que têm especificidades
que podem não se enquadrar nos tipos
apresentados anteriormente e que de-
vem ser analisados de forma específi-
ca. Como exemplo tem-se os tornos