Revista Concreto & Construções - edição 87 - page 46

46 | CONCRETO & Construções | Ed. 87 | Jul – Set • 2017
Figura 7) indicam a necessidade de estu-
dos para avaliação de seus efeitos e de
novas obras hidráulicas, impulsionando
pesquisas e análises de armazenamen-
to, transporte e distribuição de água e
de energia sem emissões, bem como
devem ser previstas proteções contra
cheias de magnitude importante. Essas
necessidades impulsionam as ativida-
des da Engenharia Civil e devem orientar
o curso para uma visão de sustentabili-
dade em todas as suas disciplinas.
A necessidade de estudos preventi-
vos com visão de sustentabilidade nas
soluções adotadas, aliada a uma visão
de crescimento da demanda de em-
preendimentos civis relevantes, orienta
a expectativa da sociedade em relação
ao curso de Engenharia Civil. Em con-
trapartida, as últimas décadas sofreram
um impacto importante do desenvolvi-
mento tecnológico e da informática sem
precedentes na história da humanidade.
Depois do salto na oferta e tipologia de
equipamentos colocados à disposição
logo após a Segunda Guerra Mundial, o
impacto da aplicação da tecnologia nos
últimos 30 anos mudou drasticamente
os processos de geração de infraestru-
tura. O conhecimento da microestrutura
dos materiais, a nanotecnologia, a tecno-
logia de aditivos e adições do concreto,
a instrumentação do comportamento
estrutural, os processos de modelagem
numérica, os processos integrados de
projeto são ferramentas importantes e
serão largamente empregados, devendo
ser agregados ao conhecimento disponi-
bilizado ao engenheiro contemporâneo.
Sob o ponto de vista atitudinal,
os alunos de engenharia estão imer-
sos numa sociedade com automação
crescente, acesso à informação quase
imediata, relacionamento interpessoal
constante e diverso, mudando a con-
cepção de aprendizagem. Surge o de-
safio da adaptação de novos proces-
sos de ensino que sejam eficazes com
as novas gerações e que evitem que a
mera aplicação de processos automá-
ticos seja o foco do aprendizado, ao in-
vés do conceito físico envolvido.
Com as discussões previamente
apresentadas, conclui-se que o proces-
so de Engenharia Civil, e, obviamente in-
cluindo Arquitetura, deve prover soluções
com consideração dos princípios básicos
da sustentabilidade, com alguns pontos
diferenciados, abaixo considerados.
u
Soluções minimizando a utilização de
materiais não renováveis e a emissão
de gases do efeito estufa durante o
ciclo de vida dos empreendimentos;
u
Aumento da durabilidade, diminuindo a
pressão sobre a reconstrução e reutili-
zando as estruturas existentes, e, ob-
viamente, com projetos que permitam
multiusos conforme a necessidade que
se apresenta ao longo do tempo;
u
Desenvolvimento de novos materiais;
u
Reciclagem efetiva de materiais e di-
minuição do desperdício;
u
Otimização dos projetos, com sis-
temas unificados de informação e
verificação de conflitos, com base
de dados comuns desde as investi-
gações preliminares até a operação,
passando pelo projeto e construção;
u
Gerenciamento de projetos focados
nos processos de otimização e mini-
mização de impactos;
u
Novos sistemas construtivos, com
menor penosidade para os envolvi-
dos e o entorno;
u
Minimização de impactos socioambientais;
u
Análises hidrometeorológicas com a
perspectiva de mudanças ambientais
para garantia da segurança hídrica;
u
Tratamento de dejetos e resíduos;
u
Urbanismo integrado que minimize
o impacto ambiental, procurando
de forma holística diminuir a pegada
ecológica, considerando a questão
socioeconômica;
u
Visão integrada e holística do desen-
volvimento da infraestrutura e suas
consequências socioeconômicas;
u
Reforço dos conceitos físicos e
matemáticos;
u
Planejamento integral da infraestrutura
considerando os limites ambientais, a
pegada ecológica de cada tipo de solu-
ção, a melhoria das condições de vida
e parâmetros econômico-financeiros.
u
Figura 7
Aquecimento global nos últimos 12.000 anos
1...,36,37,38,39,40,41,42,43,44,45 47,48,49,50,51,52,53,54,55,56,...116
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