CONCRETO & Construções | Ed. 87 | Jul – Set • 2017 | 47
3. SITUAÇÃO E PERSPECTIVAS DE
MERCADO DA ENGENHARIA
CIVIL NO BRASIL
Uma das maneiras mais eficazes de
se analisar as perspectivas da Enge-
nharia para validar seu currículo é com-
parar a situação do país perante outras
nações. A Figura 8 apresenta a propor-
ção de Profissionais de Engenharia e
Técnicos em relação à população.
A situação apresentada indica que o
posicionamento do país é muito inferior à
curva ajustada, mostrando uma deficiên-
cia relativa a outras nações. Com a possí-
vel correlação entre riqueza e quantidade
de engenheiros, verifica-se que, para o
atingimento de um equilíbrio sustentável
da população, há a necessidade de au-
mento do número desses profissionais.
Essa constatação é agravada, pois a
comparação é efetuada com países com
infraestrutura mais adequada que a bra-
sileira. Em países onde os processos de
manutenção da infraestrutura são mais
importantes que a necessidade de novos
empreendimentos, haveria a natural ne-
cessidade de menos engenheiros civis por
habitante, caso que não ocorre no Brasil.
Portanto, a necessidade de formação dos
engenheiros em nosso país seria natural-
mente diferente dos países desenvolvidos,
não se aplicando as regras e escolhas
contidas em suas grades curriculares.
O Censo da Educação Superior, pro-
duzido pelo Instituto Nacional de Estu-
dos e Pesquisas Educacionais (INEP) do
Ministério da Educação, mostra que dis-
crepância apresentada vem lentamente
se corrigindo, pois, em 2000, havia 7,29
engenheiros por 10.000 habitantes e,
em 2012, essa razão passou para 13,48
(OIC, 2013). Com a recessão atual, seria
interessante avaliar o efeito na relação
considerando os profissionais realmente
ocupados com a engenharia.
Observa-se que a procura pelos
cursos de engenharia vem aumentando
e o mesmo censo anteriormente men-
cionado mostra que o número de vagas
de engenharia subiu entre 2000 e 2012,
crescendo 384%, valor maior que os
172% de aumento do total de vagas no
ensino superior no mesmo período. No
mesmo intervalo, o número de inscritos
passou de 6,2% do total de postulantes
à universidade para 13,2%, enquanto
respectivamente a quantidade de vagas
porcentuais para as engenharias passou
de 5,8% para 10,4%. Esses últimos da-
dos indicam um aumento da atrativida-
de da carreira entre 2000 e 2012.
Em termos absolutos, o Brasil em
2012 possuía 344.425 vagas de en-
genharia, com 224.087 ingressantes
e 54.173 concluintes, sendo que esse
último valor indica a formação de 2,79
engenheiros para cada 10.000 habitan-
tes. Comparado com os países desen-
volvidos, como ao Coréia do Sul (19,16),
u
Figura 8
Relação entre profissionais de engenharia e técnicos em relação à população em 2012
Fonte:
OCED, apud OIC Engenharia Data, 2013