Revista Concreto & Construções - edição 91 - page 70

70 | CONCRETO & Construções | Ed. 91 | Jul – Set • 2018
compressão axial de testemunhos, por
estes serem mais representativos.
Tratando-se da análise do ensaio
de apreciação petrográfica, verificou-
-se que os agregados graúdos extraí-
dos dos corpos de prova são de rocha
granítica, cujas feições micro e macros-
cópicas indicam potencialidade inócua
quanto à reação álcali-agregado. O
agregado miúdo foi identificado como
areia detrítica natural sem indícios de
reatividade potencial.
O ensaio de ultrassom apresentou
resultados com média de 4421m/s,
desvio padrão de 130m/s e coeficiente
de variação de 2,9%. Esses resultados
mostram que o concreto se apresenta
em boas condições, do ponto de vista
de continuidade e adensamento.
Já os resultados de resistência à
compressão de testemunhos extraí-
dos apresentaram resistência média de
28,6MPa, desvio padrão de 5,2MPa e
coeficiente de variação de 18%. Embo-
ra a maior parte dos resultados tenha
atendido ao especificado no projeto es-
trutural, e os valores do desvio padrão
e coeficiente de variação estejam em
um patamar aceitável para resultados
de testemunhos, nota-se que a resis-
tência obtida e especificada no proje-
to estrutural é inadequada à classe de
agressividade ambiental.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados dos ensaios realiza-
dos em campo e em laboratório con-
duziram à elaboração de um projeto de
intervenção corretiva, com o intuito de
garantir a durabilidade e desempenho
estrutural adequado desta estrutura. A
intervenção, com vistas à durabilidade,
prevê a aplicação de proteção super-
ficial, com o objetivo de compensar a
deficiência do material de cobrimento,
bem como desacelerar o processo de
carbonatação, já bastante adiantado
nessa estrutura.
Os problemas de ordem estrutu-
ral, encontrados através de avaliação
específica, foram objeto de um projeto
de reabilitação estrutural, elaborado em
conjunto com as recomendações de
durabilidade mencionadas neste artigo.
Entretanto, não foi objetivo dos autores
tratar dos aspectos estruturais neste do-
cumento, pois se considera tema para
um trabalho futuro e mais específico.
Diante das análises realizadas nas
alvenarias, houve a necessidade de
demolir todas as alvenarias internas e
externas, substituíndo as paredes inter-
nas por placas de gesso acartonado,
e as paredes externas por painéis de
placa cimentícia. Após a análise estru-
tural realizada, o projeto de intervenção
contemplou a redução dos vãos de de-
terminadas lajes, inserindo vigas metáli-
cas transversais às vigotas, diminuindo
assim o desconforto aos usuários cau-
sado pelas vibrações excessivas.
Por fim, observados os problemas
e análises realizados, constata-se que
o uso de solução em concreto pré-fa-
bricado constitui sempre uma alternati-
va viável para esse tipo de edificação,
desde que procedimentos adequados
de projeto, aderentes à normalização
vigente e às boas práticas de constru-
ção sejam empregadas, evitando, as-
sim, manifestações patológicas como
as indicadas neste artigo.
6. AGRADECIMENTOS
Registra-se agradecimento à Te-
comat Engenharia, de Recife-PE, diri-
gida pelo Prof. Tibério Andrade, que
foi contratada para realizar os ensaios,
em especial à equipe liderada pelo
Eng. João Ribeiro.
[1] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. “ABNT NBR 6118. Projeto de estruturas de concreto. Procedimento”. Rio de Janeiro, 2014.
[2] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. “ABNT NBR 9062. Projeto e execução de estruturas de concreto pré-moldado”. Rio de Janeiro, 2006.
[3] CPTEC – “Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climatológicos” / INPE – “Instituto Nacional de Pesquisa Espacial”, site:
consultado no dia
22 agosto de 2014.
[4] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS “ABNT NBR 7680. Concreto – Extração, preparo e ensaio de testemunhos de concreto”. Rio de Janeiro, 2007.
[5] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS “ABNT NBR 8681. Ações e segurança nas estruturas – Procedimento”. Rio de Janeiro, 2003.
[6] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS “ABNT NBR 12655. Concreto de cimento Portland - Preparo, controle e recebimento – Procedimento”. Rio de
Janeiro, 2006.
[7] HELENE, P. R. L.“Contribuição ao estudo da corrosão em armaduras de concreto armado”.Tese (Livre Docência) – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo,
São Paulo, 1993.
[8] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. “ABNT NBR 8802. Concreto endurecido — Determinação da velocidade de propagação de onda ultrassônica”.
Rio de Janeiro, 2013.
[9] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. “ABNT NBR 7584. Concreto endurecido – Avaliação da dureza superficial pelo esclerômetro de reflexão –
Método de ensaio”. Rio de Janeiro, 2013.
[10] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. “ABNT NBR 7389 – 1 e 2. Análise petrográfica de agregado para concreto. Parte 1: Agregado miúdo e Parte
2: Agregado graúdo”. Rio de Janeiro, 2009.
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