Revista Concreto & Construções - edição 91 - page 64

64 | CONCRETO & Construções | Ed. 91 | Jul – Set • 2018
u
inspeção e manutenção
Inspeção e diagnóstico
em estrutura de concreto
pré-fabricado
1. INTRODUÇÃO
E
ste estudo consiste de um
trabalho de inspeção, onde
foram realizados ensaios fí-
sicos e químicos detalhados, além
da análise de projeto estrutural, para
assim proceder com o diagnóstico
referente à ocorrência de diversas
manifestações patológicas em uma
estrutura de concreto pré-fabricado,
construída em uma área urbana e li-
torânea do Brasil. O objetivo principal
deste trabalho foi a avaliação dos pa-
râmetros de segurança e durabilidade
desta estrutura.
A estrutura em questão está inseri-
da em uma atmosfera classificada, em
seu macroclima (fachada e partes ex-
ternas), de acordo com a normalização
brasileira, como Classe de Agressivi-
dade III (agressividade forte, urbana e
marinha), Classe II nos interiores aber-
tos e Classe I nos ambientes internos e
climatizados, conforme classificação da
Tabela 6.4.2
da ABNT NBR 6118:2014
[1], apresentada na Tabela 1.1.
De acordo com os relatos dos
usuários, os problemas estruturais
iniciaram no primeiro ano de uso da
edificação, onde detectou-se o apa-
recimento de fissuras com diversas
medidas de abertura, excesso de vi-
bração nas lajes, deformações nas
portas. Essas ocorrências e percep-
ções levaram, em um primeiro mo-
mento, à execução de reparos paliati-
vos e intermitentes.
Essas medidas, realizadas durante
os cinco anos de uso do edifício não
foram suficientes, em virtude de não
haver um diagnóstico adequado dos
problemas dessa estrutura, sendo
então impossível corrigir a real causa
dos problemas patológicos, que, nes-
te caso, como será visto , trata-se de
problemas patológicos congênitos de
projeto e execução, acrescidos por
outros adquiridos ao longo dos anos,
devido ao desempenho insatisfatório e
reparos insuficientes.
Tendo em vista que diversas
partes da estrutura apresentavam
deficiências em seu desempenho
RACHEL MORAIS – E
ngenheira
DOUGLAS COUTO – E
ngenheiro
PAULO HELENE – D
iretor
P
h
D E
ngenharia
u
Tabela 1.1 – Classes de agressividade ambiental (CAA)
Classe de agressividade
ambiental
Agressividade
Classificação geral
do tipo de ambiente
para efeito de
projeto
Risco de
deterioração
da estrutura
I
Fraca
Rural
Insignificante
I
Fraca
Submersa
Insignificante
II
Moderada
Urbana
1,2
Pequeno
III
Forte
Marinha
1
Grande
III
Forte
Industrial
Grande
IV
Muito forte
Industrial
1,2
Elevado
IV
Muito forte
Respingo de maré
1,3
Elevado
1
Pode-se admitir um micro clima com classe de agressividade um nível mais brando para ambientes internos secos (salas,
dormitórios, banheiros, cozinhas e áreas de serviços de apartamentos residenciais e conjuntos comerciais ou ambientes
com concreto revestido com argamassa e pintura).
2
Pode-se admitir uma classe de agressividade um nível mais branda em: obras em regiões de clima seco, com umidade
relativa do ar menor ou igual a 65%, partes das estruturas protegidas de chuvas em ambientes predominantemente secos
ou regiões onde chove raramente.
3
Ambientes quimicamente agressivos, tanques industriais, galvanoplastia, branqueamento em industrias de celulose e papel,
armazém de fertilizantes, industrias químicas.
1...,54,55,56,57,58,59,60,61,62,63 65,66,67,68,69,70,71,72,73,74,...116
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