Revista Concreto & Construções - edição 91 - page 72

72 | CONCRETO & Construções | Ed. 91 | Jul – Set • 2018
2. CONCEPÇÃO DO PLANO PILOTO
DE BRASÍLIA
Brasília começou a ser viabilizada
em 1891, quando a determinação de
sua área foi incluída na primeira Cons-
tituição da República Brasileira. Em
1956, com nova demarcação da futura
capital, o então Presidente da Repú-
blica, Juscelino Kubitschek (JK), deu
início de fato à realização do projeto.
Brasília então começou a ser erguida às
margens do Lago Paranoá (Figura 1).
Ainda no mesmo ano foi lançado o
“Concurso Nacional do Plano Piloto da
Nova Capital do Brasil”, com o objetivo
de selecionar projetos urbanísticos para
a construção da cidade. A proposta
vencedora foi a do arquiteto e urba-
nista Lúcio Costa, justamente pela sua
simplicidade: a ideia era um traçado de
dois eixos cruzando-se em ângulo reto,
como uma cruz.
Com o projeto aprovado, Oscar
Niemeyer foi escolhido por JK como
arquiteto responsável pela construção
dos monumentos. Em 21 de abril de
1960, Brasília nascia para o mundo,
surgia uma cidade sob formas inovado-
ras, diferente de tudo já feito até então
(COSTA, 1986).
2.1 Superquadras
As superquadras foram projetadas
com um conceito de arquitetura total-
mente novo. A intenção era criar uma
cidade jardim com um conceito de vi-
zinhança. Para isso, os prédios foram
elevados por pilotis, criando um espa-
ço de transição sob eles, como mos-
tra a Figura 2. Além das residências,
as superquadras foram projetadas
para ter os serviços necessários no
cotidiano a fácil alcance, como áreas
de convívio social, escolas e recreação
(AMORIM, 2005).
O projeto piloto de Lúcio Costa abri-
gava apenas as superquadras 100, 200
e 300, com térreo sobre pilotis e mais
seis andares. Mais tarde, com a neces-
sidade do aumento de setores residen-
ciais, foram inseridas as superquadras
700 e 400.
As superquadras 400 foram cria-
das com o objetivo de abrigar a po-
pulação de menor renda da cidade,
sendo assim, elas contêm algumas
diferenças das demais. São quadras
duplas, ou seja, a mesma entrada e
saída para duas quadras, com cerca
de 20 edifícios; os apartamentos são
relativamente menores comparados
aos das outras superquadras; não
existe obrigatoriedade de garagem;
e possuem apenas três andares so-
bre pilotis. A disposição dos edifícios
é definida, na maior parte dos casos,
por meio de projeções longilíneas
(BRAGA, 2005).
2.2 Bloco H, SQS 404
Como Brasília foi concebida às
pressas, para ter agilidade na cons-
trução da cidade uma técnica muito
utilizada foi a de painéis de concreto
pré-moldado, pois a repetição dos blo-
cos permitia uma repetição de peças,
fazendo com que o custo dos edifícios
e o prazo de entrega ficassem meno-
res. Isso tornou o concreto pré-molda-
do uma opção prática, de menor custo
e rápida para concretizar a construção
da cidade.
Muitos blocos das superquadras
400 foram concebidos a partir des-
sa técnica construtiva. O Bloco H da
Superquadra 404 Sul é uma dessas
edificações. Esse edifício é compos-
to por três andares sobre pilotis, 24
apartamentos com três quartos cada
e não possui elevadores e nem gara-
gem como mostra a Figura 3 e Figura 4
(FERREIRA, 2009).
Os painéis de concreto pré-molda-
do são peças estruturais fabricadas na
unidade de produção e montada no
canteiro de obras. A montagem dos
painéis é feita na posição vertical, com
fôrmas de aço, apoiadas sobre quadro
metálico. Sua altura é igual ao pé-direi-
to do edifício e seu comprimento máxi-
mo é de 4 metros. As paredes forma-
das por painéis estruturais não podem
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Figura 2
Superquadra 404 Sul,
Brasília – DF
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onte
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criado
através
do
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, 2016
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Figura 3
Fachada frontal
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Figura 4
Fachada posterior
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:
acervo
pessoal
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acervo
pessoal
1...,62,63,64,65,66,67,68,69,70,71 73,74,75,76,77,78,79,80,81,82,...116
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