CONCRETO & Construções | Ed. 91 | Jul – Set • 2018 | 47
2.3 Potencial de corrosão
Para complementar o estudo, o en-
saio de potencial de corrosão foi realizado
nos pilares nos quais o acesso às barras
de aço não comprometeria a estrutura,
como, por exemplo, em locais onde pra-
ticamente não há cobrimento, ou onde o
concreto tenha desplacado com o tem-
po, possibilitando também a limpeza da
área de contato entre o aço da estrutura
e a conexão positiva do equipamento.
Ainda não há, até omomento, norma-
tização nacional do ensaio de potencial
de corrosão. Contudo, a norma estran-
geira ASTM C876-09 estabelece critérios
para a execução dos ensaios e também
para a avaliação dos resultados obtidos
em relação à probabilidade de corrosão,
conforme exposto no quadro 2.3.1.
A área de armadura exposta foi
previamente limpa com uma esco-
va de aço e, em seguida, com estopa.
Com o conector positivo do multímetro
devidamente fixado no aço da estrutura,
ao outro polo do medidor foi conectado
o eletrodo de cobre-sulfato de cobre, en-
tão apoiado sobre uma esponja úmida
posicionada sobre o concreto, no senti-
do da continuação da barra. Após esse
processo, o multímetro, já configurado
para medição em Volts, era acionado e
o sistema permanecia imóvel de 30 a 45
segundos após o acionamento, até que a
medição do mesmo se estabilizasse.
O valor então exibido no visor do mul-
tímetro era convertido para milivolt (mV).
Com essas informações foi possível ava-
liar a probabilidade de corrosão de cada
elemento, de acordo com os critérios
mencionados pela ASTM C876-09 men-
cionada anteriormente. Os resultados
obtidos nessas medições são apresenta-
dos no quadro 2.3.2.
Apenas em 5 dos elementos avalia-
dos, o aço pode ainda não ter iniciado
o processo de corrosão, conforme é
demonstrado na Figura 2.3.1. Contudo
o processo amostral permite a existên-
cia de ainda mais locais com probabili-
dade elevada.
2.4 Dureza superficial pelo
esclerômetro de reflexão
Para uma melhor compreensão da
homogeneidade da estrutura, primei-
ramente foram realizados os ensaios
u
Figura 2.2.5
Número de pilares fissurados por dimensão (O autor (2016)
u
Figura 2.2.6
Tipos de manifestações em
relação ao total de pilares da obra
(O autor, 2016)
u
Quadro 2.3.2 – índice de potencial de corrosão (mV) ((O autor (2016))
Pilar
Potencial
Pilar
Potencial
Pilar
Potencial
Pilar
Potencial
P1
-560
P9
-272
P22
-480
P36
-154
P2
-681
P11
-398
P23
-371
P37
-340
P3
-398
P13
-558
P25
-254
P46
-723
P6
-758
P14
-269
P27
-738
P48
-722
P7
-668
P18
-445
P28
-746
P49
-658
P8
-421
P21
-643
P29
-721
–
–
u
Figura 2.3.1
Probabilidade de corrosão
da armadura (O autor, 2016)
u
Quadro 2.3.1 – Avaliação da
corrosão segundo ASTM C876-09
(adaptado de Figueiredo, Neto
e Almeida , 2011)
Potencial de
corrosão relativo
ao eletrodo de
referência de
cobre-sulfato de
cobre (mV)
Probabilidade de
corrosão (%)
Mais negativo
que -350
95
Mais positivo
que -200
5
Entre -200 e -350
Incerta