Revista Concreto & Construções - edição 91 - page 37

CONCRETO & Construções | Ed. 91 | Jul – Set • 2018 | 37
presença de armadura no local da
extração também impossibilita a
avaliação; nestes casos, a reco-
mendação TEK 1809-A sugere a
retirada de testemunhos cilíndricos,
que serão descritos posteriormente.
O presente trabalho baseia-se no
anexo B sugerido para a parte três da
norma brasileira de Alvenaria Estru-
tural (em elaboração), que tem como
finalidade descrever o procedimento
de extração de corpo de prova teste-
munho em alvenarias já executadas,
com o intuito de realização de con-
traprova, seja ele prismas ou blocos
de alvenaria estrutural.
2. EXTRAÇÃO DE TESTEMUNHOS
EM PRISMAS DE ALVENARIA
EXECUTADA
Dentre as recomendações ini-
ciais para a execução do serviço
tem-se a importância da orientação
do projetista de estruturas para que
não seja causado dano relevante à
estrutura. A retirada dos testemu-
nhos deve respeitar a configuração
da aleatoriedade, ou seja, buscar
regiões diferentes em um mesmo
pavimento. O número de corpos de
prova extraídos é de seis prismas
ou blocos por pavimento, valor este
padrão para o controle de qualidade
em alvenaria estrutural.
Os procedimentos descritos
abaixo foram debatidos e definidos
durante as reuniões de revisão de
norma pela Comissão de Estudo
de Alvenaria Estrutural (ABNT/CE-
002:123.010).
Quando tratar da extração de
prismas, a definição das dimensões
do corpo de prova a ser extraído de-
pende da presença do graute. Re-
comenda-se em alvenaria executada
com blocos ocos a retirada de pris-
mas de três fiadas, com a presença
de blocos inteiros no topo e na base
do corpo de prova, conforme ilustra-
do na Figura 1-a.
Para o caso de blocos grautea-
dos, os prismas podem ser de duas
fiadas com meio bloco de compri-
mento, conforme apresentado na
Figura 1-b, o que facilita a extração
e o ensaio. Esse procedimento, su-
gerido pelo comitê de norma, foi
depois confirmado em consulta à
ASTM C1314, que comenta que a
utilização de prismas com menores
alturas auxilia no seu manuseio e no
seu transporte, devendo essa opção
ser incentivada.
Estudo realizado no Laborató-
rio de Sistemas Estruturais (LSE) da
UFSCar incluiu ensaios de compres-
são de prismas com blocos inteiros
grauteados e meio blocos cortados
grauteados. A intenção era validar o
procedimento de extração de pris-
mas de meio bloco de comprimento
por duas fiadas de altura. Os resulta-
dos dos ensaios indicaram um coefi-
ciente de variação de 4,6% em uma
amostra de seis exemplares de pris-
ma de um bloco de comprimento,
retirados de parede executada, com
valor médio de 18,2 MPa. Da mes-
ma parede foi retirada uma amostra
de seis prismas grauteados de meio
bloco de comprimento, com coefi-
ciente de variação de 5%, para um
valor médio de 19,3 MPa.
Aplicou-se um teste de hipótese,
o teste t, para verificar a existência
de diferença significativa entre os re-
sultados, para os prismas montados
com um bloco de comprimento e os
prismas montados com meio bloco
de comprimento. O teste t retornou
um valor de 0.0384 < 1, para uma
probabilidade associada a um teste t
em par de Student, com uma distri-
buição bicaudal, mostrando que não
há diferença estatisticamente signifi-
cativa entre a resistência à compres-
são média dos prismas montados
com um bloco de comprimento e a
resistência à compressão média dos
prismas montados com meio bloco
de comprimento.
Outra análise foi realizada por
Thomas e Scolforo (1995), onde os
mesmos comparam a resistência à
compressão de prismas extraídos
u
Figura 1
Esquema de corte para a retirada do testemunho: a) retirada de prisma oco;
b) retirada de prisma grauteado
b
a
1...,27,28,29,30,31,32,33,34,35,36 38,39,40,41,42,43,44,45,46,47,...116
Powered by FlippingBook