CONCRETO & Construções | Ed. 91 | Jul – Set • 2018 | 39
procedimento de corte está ilustra-
do na Figura 3.
A ASTM C1532 estipula que os
cortes deverão ser prolongados nos
cantos em pelo menos o valor da
espessura da amostra (t), conforme
pode ser visto na Figura 4.
Cuidados adicionais devem ser
tomados no transporte dos corpos
de prova extraídos, por se tratarem
de peças esbeltas, principalmente
nos prismas ocos, que devem pos-
suir no mínimo três fiadas de altura.
Antes do transporte, deve-se ter o
cuidado de amarrar o conjunto sob
e sobre os cortes realizados, man-
tendo a amostra indeformada. Re-
comenda-se o uso de madeira unida
por fitas Hellerman (“engasga gato”)
ou arames, conforme pode ser vis-
to na Figura 5. Os testemunhos que,
porventura, apresentarem falhas ou
destacamentos nas juntas devem ser
descartados.
Um cuidado adicional que deve
ser tomado é o registro fotográfico
dos corpos de prova antes do pro-
cedimento de corte, depois da sua
extração e após o procedimento de
transporte. Esta atenção deve ser
dada para o gerenciamento da quali-
dade da amostra, identificando algu-
ma fissura que, porventura, surja de-
vido a algum desses procedimentos.
3. ENSAIO DE MACACO PLANO
No caso de tijolos maciços, o
projeto de norma PN 002123.010-
0013 – “Alvenaria Estrutural – Parte
3 Caracterização de Elementos” re-
comenda a realização de ensaio no
local, utilizando macaco plano, con-
forme ASTM C1197. Esse procedi-
mento é menos danoso à alvenaria
e de execução muito mais simples.
Sanches (2017) define a técnica
de macacos planos como a utilização
de envelope metálico selado, que
será posicionado na parede após re-
moção de uma ou duas juntas, o qual
se deforma quando aplicada uma
pressão interna transmitida por uma
bomba hidráulica (Figura 6). Este en-
saio pode ser utilizado para obter,
além da resistência à compressão, a
curva tensão/deformação do mate-
rial, possibilitando o cálculo do mó-
dulo de deformação e a tensão local
atuante na porção ensaiada.
As limitações dos resultados
deste procedimento são o caráter
localizado do ensaio, desprezan-
do a influência das juntas ao redor
da amostra, e a assunção de que a
parede tem elementos homogêneos.
Por conta disso, existe recomenda-
ção de reduzir em 20% a resistência
encontrada nos ensaios.
4. OUTROS ENSAIOS
Ainda para alvenarias de tijolos
maciços, é possível a extração de
testemunhos cilíndricos da alvenaria,
que podem ser utilizados para ensaios
de compressão diametral, ou para a
obtenção da resistência dos compo-
nentes separadamente. Este último
é empregado para calcular indireta-
mente a resistência da parede através
de funções e tabelas encontradas na
literatura e algumas normas técnicas.
De acordo com Sassoni et al (2014),
as limitações do uso de funções para
a determinação da resistência à com-
pressão de paredes em alvenaria são
os tamanhos reduzidos das amostras,
principalmente da argamassa, e a dire-
ção do carregamento nos blocos, que
é diferente da direção do carregamen-
to na parede.
Os autores realizaram ensaios de
u
Figura 5
Preparação dos prismas
para transporte
u
Figura 6
Ensaio de macacos planos (
flat-jack
) (Sanches, 2017)