CONCRETO & Construções | Ed. 91 | Jul – Set • 2018 | 49
notável a maior porosidade do concreto
em relação ao material extraído do pavi-
mento superior (2.6.2 b). Outra diferença
notável é a presença de agregados visi-
velmente maiores do que os agregados
utilizados no concreto do pavimento
superior, fato que indica uma mudan-
ça não apenas no método construtivo,
mas, sobretudo, uma mudança no traço
entre o concreto utilizado no pavimento
inferior e o utilizado no pavimento supe-
rior, como, por exemplo, uma redução
da relação água/cimento e melhorias no
processo de adensamento e de cura.
Todos os elementos estruturais ava-
liados apresentaram uma variação da
profundidade carbonatada entre face
interna e face externa, demonstrando
que o avanço da carbonatação foi mais
acentuado nas faces internas dos ele-
mentos. Esse fato pode ser explicado
pela maior presença de umidade nos
poros do concreto das faces internas,
que, por não estarem diretamente ex-
postas ao sol como as faces externas,
mantiveram sempre o teor de umidade
mais elevado quando comparado com
as faces opostas. A umidade nos poros
do concreto é um dos principais fatores
intervenientes na carbonatação, uma
vez que possibilita a dissolução do hi-
dróxido de cálcio e ainda facilita a difu-
são de dióxido de carbono (CO
2
) dentro
do sistema de poros do concreto.
Em todos os elementos avaliados
no pavimento inferior quanto à pro-
fundidade de carbonatação, as faces
internas apresentaram valores muito
elevados, chegando a atingir quase 9
cm de profundidade. O fato da parte
inferior da estrutura ter sido intensa-
mente atingida pelas cheias, que aca-
baram por carrear parte do material
dos poros desses pilares e, assim, im-
possibilitaram que o processo de car-
bonatação reduzisse seu avanço pelo
u
Quadro 2.5.1 – Classificação dos pilares por lotes de índices esclerométricos
médios ((O autor (2016))
Lote 1 43,43
Lote 2 37,38
Lote 3 33,35
Lote 4 24,30
P01
47,47
P03
38,21
P07
32,31
P27
23,13
P02
45,93
P04
39,56
P08
34,30
P28
24,77
P06
40,67
P05
37,10
P13
33,77
P29
25,53
P12
40,50
P09
38,10
P14
32,46
P31
24,77
P15
49,69
P10
36,36
P21
34,00
P42
22,17
P17
40,90
P11
40,00
P22
35,18
P46
24,06
P35
40,55
P16
37,50
P23
34,11
P48
25,00
P41
41,75
P18
36,20
P24
32,71
P49
25,00
–
–
P19
36,25
P30
36,00
–
–
–
–
P20
36,38
P34
34,67
–
–
–
–
P25
36,09
P36
35,31
–
–
–
–
P32
38,64
P37
31,38
–
–
–
–
P33
36,83
P38
29,81
–
–
–
–
P43
36,14
P39
31,21
–
–
–
–
–
–
P40
30,64
–
–
–
–
–
–
P44
35,10
–
–
–
–
–
–
P45
35,00
–
–
–
–
–
–
P47
32,40
–
–
u
Figura 2.5.1
Amostragem para extração de testemunhos (O autor, 2016)
u
Quadro 2.5.2 – Avaliação da resistência à compressão do concreto
da estrutura ((O autor (2016))
Lote Amostra
H
(cm)
h/d
f
ci,ext,inic
(MPa)
K1
K2 K3 K4
f
ci, ext
(MPa)
f
ck,ext,seg
(MPa)
1
2
19,2 1,92 36,5 -0,0067 0,06 0,05 -0,04 38,9
38,9
6
20 2 21,0 0,0000 0,06 0,05 -0,04 22,5
2
10 18,7 1,87 17,9 -0,0107 0,06 0,05 -0,04 18,9
19,4
25
19 1,9 18,3 -0,0083 0,06 0,05 -0,04 19,4
3
21 19,2 1,92 22,7 -0,0067 0,06 0,05 -0,04 24,2
24,2
22 18,9 1,89 21,0 -0,0092 0,06 0,05 -0,04 22,3
4
27
20 2
9,7 0,0000 0,06 0,05 -0,04 10,4
15,3
29 19,5 1,95 14,4 -0,0042 0,06 0,05 -0,04 15,3