Revista Concreto & Construções - edição 91 - page 48

48 | CONCRETO & Construções | Ed. 91 | Jul – Set • 2018
de dureza superficial pelo esclerômetro
de Schmidt, conforme descrito na NBR
7584 (ANBT, 2012). Dentre os pilares en-
saiados, o pilar de número 41 não aten-
deu à condição de valores válidos com
a primeira área de ensaio, sendo neces-
sário preparar outra área para o ensaio.
O pilar de número 26 foi desconsidera-
do, pois apresentou uma superfície muito
irregular, impossibilitando a preparação
da área por lixamento manual. Apesar
de se tratar de um ensaio comparativo,
não representando diretamente valores
de resistência, os ensaios de esclero-
metria demonstraram coerência entre os
valores de resistência superficial com os
resultados dos ensaios de compressão e
de avanço de carbonatação. Além disso,
elementos com menos sinais de mani-
festações patológicas também apre-
sentaram índices esclerométricos mais
elevados. O quadro 2.4.1 apresenta os
valores obtidos para o índice escleromé-
trico médio de cada pilar.
2.5 Extração e rompimento
de testemunhos
A partir dos valores de Índice Esclero-
métrico Médio (IEM) obtidos anteriormen-
te, procedeu-se com a classificação da
estrutura por meio de lotes com índices
esclerométricos semelhantes, conforme
demonstrado no quadro 2.5.1.
Para cada lote foram selecionados
dois pilares para extração de testemu-
nhos, levando em conta o posiciona-
mento do pilar, sua seção geométrica e a
densidade de armadura, conforme amos-
tragem em vermelho na Figura 2.5.1.
Antes da extração dos testemunhos,
todas as vigas que descarregavam nos
pilares identificados para extração dos
testemunhos foram apoiadas com es-
coras de madeira, a fim de atenuar o
carregamento resultante sobre o pilar.
A extração então foi realizada por uma
empresa especializada, com uma per-
furatriz de concreto, dotada de serra-
-copo diamantada, refrigerada à água,
fixada no pilar por ancoragem tipo
parabolt
. Conforme permitido pela nor-
ma NBR 7680-1 (ABNT, 2015), o nú-
mero de testemunhos extraídos foi re-
duzido, por questões de segurança, de
quatro para apenas duas amostras por
lote, em amostragem parcial, que ainda
seriam extraídas de elementos estrutu-
rais distintos.
Os testemunhos foram identificados
de acordo com a numeração do pilar
do qual foram extraídos e, em seguida,
transportados até o município de Jara-
guá do Sul (SC), onde permaneceram
em ambiente de laboratório por 7 dias.
Na sequência, os testemunhos foram re-
tificados e rompidos. Os resultados obti-
dos são apresentados no quadro 2.5.2.
Os resultados dos ensaios de com-
pressão obtidos a partir da extração dos
testemunhos apresentaram, em dois
dos quatro lotes, uma variação superior
a 15% entre os valores individuais obti-
dos na compressão dos testemunhos e
a média aritmética do lote. A opção por
retirar apenas dois testemunhos por lote
impossibilitara que fosse determinado
qual dos testemunhos apresentava diver-
gência quanto ao valor real de resistência
do concreto, se avaliado apenas confor-
me os resultados do seu lote. Contudo
a diferença de resistência entre os dois
pilares pode ser real, tendo em vista à
comparação dos resultados de com-
pressão, dos índices esclerométricos e
das resistências à compressão dos de-
mais lotes de testemunhos.
No lote de número 1, o testemunho
de número dois obteve um valor de re-
sistência à compressão de 38,86 MPa
e índice esclerométrico médio de 45,93,
sendo que ambos os valores destacam-
-se dos valores obtidos nos demais lotes,
demonstrando a coerência dos resulta-
dos. No entanto, o testemunho de nú-
mero 6 obteve seu valor de compressão
axial de apenas 22,46 MPa, apesar do ín-
dice esclerométrico de 40,67, cuja resis-
tência se assemelha aos valores obtidos
nos testemunhos do lote 3, de IM 33,35.
Assim nota-se que o ensaio esclerométri-
co pode ter sofrido alguma alteração pela
densidade da armadura no pilar ou por
uma maior proporção de agregados
graúdos no traço do concreto.
2.6 Profundidade
de carbonatação
A aplicação de uma solução de
fenolftaleína diluída em meio alcoólico a
1% foi realizada diretamente nos pilares
onde houve a extração dos testemunhos
e sobre as amostras extraídas, como
pode ser observado na Figura 2.6.1.
Como os ensaios foram realizados
em pilares de periferia, as medidas de
carbonatação puderam ser classifi-
cadas em face interna e face externa,
cujos resultados obtidos são apresen-
tados no quadro 2.6.1.
Nos pilares do pavimento inferior
(2.6.2.a), além de uma maior profundi-
dade de carbonatação, é visivelmente
u
Quadro 2.4.1 – Índice esclerométrico médio IEM ((O autor (2016))
Pilar IEM Pilar IEM Pilar IEM Pilar IEM Pilar IEM Pilar IEM Pilar IEM
P1 47,4 P8 34,3 P15 49,6 P22 35,2 P30 36,0 P37 31,3 P44 35,1
P2 45,9 P9 38,1 P16 37,5 P23 34,1 P31 24,7 P38 29,8 P45 35,0
P3 38,2 P10 36,3 P17 40,9 P24 32,7 P32 38,6 P39 31,2 P46 24,0
P4 39,5 P11 40,0 P18 36,2 P25 36,0 P33 36,8 P40 30,6 P47 32,4
P5 37,1 P12 40,5 P19 36,2 P27 23,1 P34 34,6 P41 41,7 P48 25,0
P6 40,6 P13 33,7 P20 36,3 P28 24,7 P35 40,5 P42 22,1 P49 25,0
P7 32,3 P14 32,4 P21 34,0 P29 25,5 P36 35,3 P43 36,1 – –
1...,38,39,40,41,42,43,44,45,46,47 49,50,51,52,53,54,55,56,57,58,...116
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