36 | CONCRETO & Construções | Ed. 91 | Jul – Set • 2018
u
normalização técnica
Extração de corpo de prova
testemunho em paredes
existentes de alvenaria
estrutural
GILVAN BEZERRA DOS SANTOS JUNIOR – E
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GUILHERME ARIS PARSEKIAN – E
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LUIZ SÉRGIO FRANCO – E
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1. INTRODUÇÃO
P
ara avaliar a segurança das
estruturas faz-se neces-
sário realizar ensaios de
amostras dos materiais empregados,
utilizando corpos de prova especí-
ficos para cada caso. No caso da
alvenaria estrutural realizam-se en-
saios com o bloco, a argamassa, o
graute e o conjunto desses materiais,
formando os prismas. A partir dos re-
sultados obtidos com os ensaios em
prismas é estimada a resistência da
alvenaria, que serve como parâme-
tro para vários dimensionamentos,
como, por exemplo, a resistência à
compressão de paredes.
De acordo com a recomendação
TEK 18-09A da
National Concrete
Masonry Association
(2003), é ne-
cessário realizar ensaios em estrutu-
ras construídas, geralmente quando
se pretende avaliar construções exis-
tentes, inclusive durante o processo
de construção, nos casos em que:
u
O resultado dos corpos de prova de
aferição da qualidade da estrutura
se encontra em desacordo com as
especificações do projeto;
u
O corpo de prova foi danificado an-
tes da realização do ensaio;
u
Houve perda (ou não realização) dos
resultados de ensaios anteriores.
Na avaliação da resistência à
compressão das alvenarias têm-se
os ensaios destrutivos e não destru-
tivos. Quando se trata de edificações
construídas, os ensaios não destru-
tivos são utilizados para obter algu-
mas características sem precisar ex-
trair parte da estrutura a ser avaliada.
Dentre os não destrutivos, Sanches
(2017) cita ensaios com radar, pul-
so ultrassônico, termografia infraver-
melha e macacos planos (
flat-jack
).
Embora muito úteis, os ensaios não
destrutivos exigem equipamentos
caros e mão de obra especializada,
tanto para realizar os ensaios como
para interpretar os resultados. Ex-
ceção pode ser feita aos ensaios de
macaco plano, que são relativamen-
te simples de executar, normalizados
pela ASTM e RILEM. Infelizmente, a
tecnologia atual permite a execução
desse ensaio em alvenarias maciças,
não sendo aplicável a blocos vaza-
dos, que compõem a maioria dos
casos de edifícios de alvenaria es-
trutural. Conforme descrito à frente,
uma nova técnica está em desen-
volvimento na UFSCar, na tentativa
de viabilizar a aplicação de macacos
planos em alvenaria de blocos vaza-
dos (veja na edição 82 o artigo Soria-
ni et al. 2016).
Os ensaios destrutivos são reali-
zados com exemplares extraídos das
paredes, com os quais é possível ob-
ter os parâmetros dos componentes
da alvenaria, sendo os prismas con-
siderados os mais precisos para ob-
ter a resistência à compressão das
paredes construídas, de acordo com
Thomas e Scolforo (1995).
Dentre as limitações da extra-
ção de corpos de prova em alvena-
ria pode-se citar que toda alteração
na configuração da estrutura pode
acarretar sua perda de estabilida-
de, devendo ser bem avaliada. A