34 | CONCRETO & Construções | Ed. 91 | Jul – Set • 2018
administram as rodovias, sendo as-
sim, uma ferramenta de fundamental
importância na gestão dos recursos
a serem investidos na recuperação
das estruturas.
Com relação aos parâmetros de
avaliação das pontes, apresenta-se a
seguir uma síntese deles.
3.1 Segurança estrutural
Os parâmetros estruturais são
aqueles relacionados à segurança
estrutural da OAE, ou seja, referentes
à sua estabilidade e capacidade por-
tante, sob o critério de seus estados
limites último e de utilização, confor-
me recomendações da NBR 6118.
Sob o ponto de vista de priorida-
des de ações de recuperação, é fre-
quente esses parâmetros serem ob-
jeto de maior atenção, notadamente
quando a obra apresenta sintomato-
logia já visualmente detectável de de-
sempenho estruturalmente anômalo.
3.2 Funcionalidade
Por parâmetros funcionais enten-
dem-se aqueles aspectos da OAE re-
lacionados diretamente aos fins aos
quais ela se destina, devendo, para
tanto, possuir requisitos geométricos
adequados, tais como: visibilidade,
gabaritos verticais e horizontais.
Deve proporcionar também con-
forto e segurança a seus usuários,
apresentando, por exemplo, guar-
da-corpos íntegros, ausência de de-
pressões e ou buracos na pista de
rolamento, sinalização, etc.
3.3 Durabilidade
Designam-se por parâmetros de
durabilidade aquelas características
das OAEs diretamente associadas à
sua vida útil, ou seja, com o tempo es-
timado no qual a estrutura se manterá
cumprindo suas funções em serviço.
Deste modo, estes parâmetros
vinculam-se à resistência da estrutura
contra ataques de agentes ambientais
agressivos. Exemplificam-se como
anomalias associadas à durabilidade:
ausência de cobrimento de armadu-
ra, fissuração que permite infiltrações,
erosões nos taludes de encontros, en-
tre outras.
A relevância dos problemas de
durabilidade deve ser avaliada em
conjunto com a agressividade do
meio em que se situam com o objeti-
vo de inferir a velocidade de deterio-
ração a eles associados.
3.4 Classificação
A classificação da OAE consiste
da atribuição de avaliação de sua
condição, a saber excelente, boa,
regular, ruim e crítica, associando
notas aos parâmetros estrutural, fun-
cional e de durabilidade.
Essas notas de avaliação devem
variar de 1 a 5, refletindo a maior
ou menor gravidade dos problemas
detectados.
A norma ABNT NBR 9452 também
trouxe uma importante ponderação
quanto à importância do elemento
estrutural vistoriado. Na classificação
quanto aos parâmetros apresentados,
distinguem-se os elementos estrutu-
rais considerados principais (pilares,
vigas longarinas, etc..) dos elementos
considerados secundários (muros de
ala, pilaretes de guarda-corpo, etc...).
A classificação deve seguir as
indicações das Tabelas constantes
na presente Norma, que correlacio-
nam essas notas com a condição
da OAE e caracterização dos pro-
blemas detectados, segundo os pa-
râmetros estrutural, funcional e de
durabilidade.
Apresenta-se , finalmente, nas Ta-
belas 1 e 2, um modelo de simulação
da classificação das OAE segundo
os parâmetros anteriormente apre-
sentados, bem como a classificação
final da OAE.
4. CONCLUSÕES
O presente trabalho teve como
objetivo demonstrar a importância
da inspeção periódica em estrutu-
ras de pontes, viadutos e passarelas
de concreto.
Apresenta-se também a nova ver-
são da ABNT NBR 9452 “Inspeção
de Pontes, Viadutos e Passarelas de
Concreto”, com suas principais ca-
racterísticas e detalhes, que é uma
poderosa ferramenta de auxílio na
gestão de manutenção de pontes.
Deve-se destacar que a classi-
ficação atribuída a cada Ponte, sob
os aspectos de segurança estrutural,
funcionalidade e durabilidade, retrata
as manifestações patológicas e suas
consequências na estrutura.
O prazo para as intervenções não
é abordado na presente norma, por
questões de cunho legal. Este prazo
é sempre de responsabilidade das
entidades que administram as rodo-
vias e seus equipamentos constituin-
tes. Elas têm a norma brasileira ao
seu lado, subsidiando a tomada de
decisão destas intervenções.
Finalizando, deve-se ressaltar
que todas as atividades de inspe-
ção, compreendendo o planejamento,
execução e elaboração dos respec-
tivos relatórios devem ser executa-
das por profissionais habilitados, tor-
nando-se elemento de fundamental