CONCRETO & Construções | Ed. 90 | Abr – Jun • 2018 | 27
estrutural (24 pavimentos), os blocos
deveriam possuir elevado padrão de
qualidade, garantia de dimensões e
resistência conforme projeto. Confor-
me indicado a seguir, blocos de resis-
tência f
bk
de 26 MPa foram utilizados
nos primeiros pavimentos, o que im-
plica resistência do concreto superior
a 50 MPa. Talvez essa seja uma das
primeiras aplicações de bloco de con-
creto com essa resistência no mundo.
Sendo assim, optou-se por adquirir
blocos de uma renomada indústria
de blocos sediada em Guarulhos,
São Paulo, fornecedor com bastan-
te experiência e aparato tecnológico
necessário à produção de blocos de
alta resistência. A mão de obra ne-
cessária para execução foi contrata-
da com grande antecedência ao iní-
cio dos serviços. A equipe utilizada já
executou outras obras da construto-
ra, portanto, o padrão de qualidade e
atendimento aos procedimentos já é
de conhecimento desta.
Portanto, pode-se perceber que os
principais aspectos relacionados a mer-
cado, projeto, material e mão de obra fo-
ram levados em consideração, tornando
a execução do empreendimento viável.
4. VANTAGENS DO SISTEMA
As vantagens na utilização da tec-
nologia construtiva em alvenaria estru-
tural são:
u
racionalização no uso de insumos e
matérias-primas;
u
redução do desperdício por conta
de modulação;
u
velocidade de execução e aumento
de produtividade;
u
padronização das soluções de pro-
jeto e de execução;
u
economia, em função do menor
prazo para execução e da redução
do desperdício.
5. CONCEPÇÃO DO PROJETO
– ANÁLISE CRÍTICA SOBRE
A MODULAÇÃO DOS BLOCOS
O projeto arquitetônico do empre-
endimento teve como base empreendi-
mento da construtora com 4 unidades
por pavimento, com sucesso de mer-
cado e já modulada.
Como o novo empreendimento pos-
suiria 06 unidades por pavimento, parte
do edifício tinha sua modulação já con-
siderada no projeto arquitetônico e outra
parte não. Finalizado o novo projeto ar-
quitetônico, ele foi então enviado ao pro-
jetista estrutural que realizou a revisão
de toda a coordenação modular, con-
siderando os tipos de blocos existentes
no portfólio de produtos da empresa
fornecedora dos blocos a ser utilizada,
elaborando uma proposta inicial de pro-
jeto estrutural e de modulação (Figuras
3 e 4). Essa proposta foi revisada pela
construtora a partir da sua experiência
na concepção e execução das torres
anteriores que foram também feitas em
alvenaria estrutural. No projeto estrutural
houve bastante cuidado, principalmen-
te, levando em consideração a altura do
edifício de 24 pavimentos.
Desenvolvida a proposta inicial de
modulação, o departamento de proje-
tos da construtora utilizou um software
BIM para realizar a modelação em 3D
de todos os pavimentos-tipo da edifi-
cação. Esse desenvolvimento foi de
extrema importância nessa revisão e na
definição final da coordenação modular,
pois permitiu “construir” virtualmente os
pavimentos, analisando as interferên-
cias e antecipando os problemas de
modulação entre os diferentes tipos
de blocos e complementos. Para tal
“construção” virtual, a equipe de pro-
jetos da construtora precisou modelar
em 3D todos os blocos e complemen-
tos a serem utilizados no projeto e,
posteriormente, montar fiada por fiada
todas as paredes da construção, defi-
nindo todos os detalhes da alvenaria,
interferência entre sistemas estruturais
e quantitativo de materiais.
Finalmente, a proposta foi enviada
novamente ao projetista estrutural, que
finalizou os cálculos e definiu os pon-
tos de graute e demais especificações
de armaduras. De posse dos cálculos
e definições finais, a equipe de proje-
tos da construtora realizou os ajustes e
desenvolvimentos finais do modelo 3D,
inserindo armações, pontos de graute
e janelas de inspeção. Posteriormen-
te, foram inseridos também todas as
furações nos blocos para inserções
dos pontos de elétrica e sistemas, ob-
jetivando ao máximo a antecipação de
interferências (Figuras 5, 6 e 7).
Apesar dessa necessidade de
adaptação, a modulação final des-
te empreendimento ficou com uma
variedade de 16 tipos de blocos e
u
Figura 2
Planta do pavimento