Revista Concreto & Construções - edição 90 - page 20

20 | CONCRETO & Construções | Ed. 90 | Abr – Jun • 2018
A CONSTRUÇÃO CIVIL SUSTENTÁVEL QUER
DIZER SER MAIS AMIGÁVEL COM O MEIO
AMBIENTE, ATENDER AOS ANSEIOS DA
SOCIEDADE E SER ECONOMICAMENTE VIÁVEL
ser analisado. A construção civil
sustentável quer dizer ser mais
amigável com o meio ambiente,
atender aos anseios da sociedade
e ser economicamente viável.
Este é o norte dos trabalhos da
Poli: a otimização dos processos
construtivos, das perdas e dos
materiais. Todo o desenvolvimento
de novos materiais e projetos tem
essa finalidade.
IBRACON
– Q
ue
papel
desempenhará
o
cimento
,
o
concreto
e
os
materiais
à
base
de
cimento
para
a
sustentabilidade
do
setor
construtivo
,
considerando
o
dilema
entre
a
necessidade
de
crescimento
da
demanda
por
esses
materiais
nos
países
em
desenvolvimento
e
a
urgência
em
minimizar
o
uso
de
recursos
materiais
e
energéticos
,
e
as
emissões
de
CO
2
,
na
sua
produção
?
V
ahan
A
gopyan
– A indústria
cimenteira e de concreto, em geral,
tem trabalhado nisso nas últimas
décadas. Já atingimos os melhores
valores possíveis quanto à otimização
da produção de cimentos, porque
estequiometricamente se produz
CO
2
, não tem jeito! É reação
química! Houve enorme revolução
na produção de cimento, com
redução no consumo de energia e
nas emissões. O consumo de clínquer
nos aglomerantes, nos cimentos,
também está sendo reduzido e está
atingindo valores mínimos. Outra
vertente é a redução de cimento por
metro cúbico de concreto. A norma
especificava o uso mínimo de 300
quilos por metro cúbico de concreto.
Hoje se faz concreto estrutural com
menos de 180 quilos de cimento por
metro cúbico. Isto representa uma
indústria cimenteira mais amigável,
com redução do consumo de clínquer,
que é a parte que tem emissão de
CO
2
, e com redução do próprio teor
de cimento. Então, a melhoria atinge
todas as frentes possíveis. Isto faz com
que a indústria de concreto não seja
substituída pela indústria de outros
materiais, por exemplo, de metais ou
de polímeros reforçados. Eu acredito
que a indústria cimenteira e a de
concreto já assumiu esse papel desde
o fim do século passado, modificando
totalmente sua postura, o que fez com
que não perecesse e continuasse
ativa. Hoje, os grandes pesquisadores
de redução de consumo de cimento
estão nas indústrias cimenteiras,
porque, com isso, elas sabem que
conseguem subsistir.
IBRACON
– Q
ual
impacto
poderá
ter
a
industrialização
da
construção
nesse
cenário
futuro
de
sustentabilidade
no
setor
construtivo
?
V
ahan
A
gopyan
– Temos que
encarar a construção como indústria
desde já. A industrialização é uma
realidade. O canteiro de obras é uma
planta industrial. Com isso, se reduz
desperdícios e o retrabalho e se
otimiza o consumo de materiais.
IBRACON
– N
a
sua
avaliação
qual
é
o
papel
de
instituições
técnicas
,
como
o
IBRACON,
em
relação
às
pesquisas
científicas
e
tecnológicas
desenvolvidas
nas
universidades
?
V
ahan
A
gopyan
– A função dessas
instituições é de difusão. Não
se pode imaginar que todos os
engenheiros civis e arquitetos
tenham tempo de fazer cursos de
especialização, que possam fazer
atualização. Uma entidade como o
IBRACON, fazendo seus eventos
anuais, com grande repercussão,
mantendo suas revistas, está
contribuindo para a difusão de
novas ideias. O IBRACON começou
assim. Nas reuniões da entidade
na década de 1970 já se debatiam
as novidades, como os novos
processos de dosagem, as novas
abordagens e metodologias para o
concreto, os novos tipos de adições,
entre outros temas. Os Congressos
do IBRACON foram e continuam
sendo muito marcantes. Hoje, essas
instituições existem e subsistem por
causa desse papel de difusores
do conhecimento.
IBRACON
– O
que
gosta
de
fazer
em
seu
tempo
livre
?
V
ahan
A
gopyan
– Embora eu esteja
com o tempo cada vez menos livre,
eu gosto de ler e ir ao cinema.
Também gosto muito de andar. Eu
e minha esposa, quando viajamos,
não pegamos táxi para passear,
gostamos de caminhar.
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