Revista Concreto & Construções - edição 90 - page 10

10 | CONCRETO & Construções | Ed. 90 | Abr – Jun • 2018
PERGUNTAS TÉCNICAS
1 – Q
ual o deslocamento máximo horizontal
permitido
em
edifícios de
alvenaria
esrutural
,
visto que não
está
explícito na norma
?
2 – G
ostaria
de
saber
se
existe
alguma
literatura
que
exemplifique
o
cálculo
e
dimensionamento
para
paredes
com
amar
-
ração
indireta
. A
inda
sobre
a
questão
do
cisalhamento
em
amarração
indireta
,
deve
-
-
se
realizar
o
dimensionamento
conside
-
rando
que
existe
amarração
direta
entre
as
paredes
e
,
caso
elas
passem
”,
deve
-
-
se
detalhar
os
grampos
? S
endo
assim
,
a
premissa
de
cálculo
de
que
essas
paredes
participam
do
mesmo
grupo
fica
garanti
-
da
? E
stou
trabalhando
com
grampos
de
6,3
a
cada
duas
fiadas
para
edifícios
de
,
no
máximo
cinco
pavimentos
. E
stá
ade
-
quado
? N
o
livro
“P
arâmetros
de
P
roje
-
to
de
A
lvenaria
E
strutural
com
B
locos
de
C
oncreto
”,
o
item
9.2
indica
grampos
de
8,0
mm
,
mas
o
desenho
da
figura
28
indica
grampos
de
6,3
mm
. P
or
que
isto
?
SANDRO KATAYAMA
P
rojetista
de
E
struturas
da
G
rifa
E
ngenharia
1 – Sobre a questão do deslocamento
horizontal do edifício, as atuais normas
de alvenaria não têm um critério claro.
A proposta de revisão de norma de al-
venaria estrutural unificada, ABNT PN
002:123.010-001, propõe os mesmos
critérios da ABNT NBR 6118.
2 – Para a amarração não existe um cri-
tério definido sobre a consideração da
interação entre paredes. Se for projetar
com amarração indireta de paredes,
a sugestão é detalhar com barras de
ligação, mas verificar o dimensiona-
mento como se não houvesse ligação.
Estudos realizados em mais de uma
universidade brasileira indicam que há
transferência de esforço vertical entre
paredes sem amarração direta, porém
com armadura detalhada. Ocorre que
em alguns casos, a transferência de es-
forços na ligação só ocorreu após ex-
pressivo deslocamento relativo entre as
paredes amarradas. Para transmitir, es-
sas barras deveriam ser rígidas. Existe
um formato internacional padrão para
esse fim em formato em um Z (veja as
figuras), com maior rigidez, espessura
pequena e proteção contra corrosão.
Para barras convencionais de CA50,
eu não usaria o critério de mesmo gru-
po diretamente, e faria a envoltória de
esforços para ambas hipóteses (100%
separada ou 100% unida). Sobre o di-
âmetro dos grampos, o usual é 8 mm
(recomendado), porém a normalização
atual indica no máximo 6,3 mm na jun-
ta, por isso a confusão no livro. Na revi-
são de norma, isto foi alterado, indican-
do máximo de 6,3 mm apenas quando
as barras de armadura são dispostas
ao longo de cordões de argamassa em
juntas de assentamento. Então, o me-
lhor é 8 mm no caso de se querer fazer
esse detalhe. Finalmente destaco que
o usual no Brasil é a amarração dire-
ta, simples de executar e eficiente, não
havendo justificativa para amarração
indireta na grande maioria das constru-
ções, sendo esse detalhe de uso muito
limitado. Talvez por isso o detalhe de
barra-Z, provavelmente mais
eficiente para amarração indi-
reta, não esteja disponível no
Brasil.
GUILHERME PARSEKIAN,
PRESIDENTE DO COMITÊ EDITORIAL
P
osso
verificar
a
estabilidade
global
de
um
pavimento
de
tran
-
sição
pelo
parâmetro
g
z
? P
er
-
gunto
isso
em
função
da
reco
-
mendação
de
que
esse
parâmetro
deve
ser
empregado
para
núme
-
ro
de
andares
acima
de
quatro
,
porém
a
ligação
da
torre
de
alvenaria
nesse
pórtico
de
um
pa
-
vimento
não
modificaria
essa
recomendação
?
P
or
exemplo
,
no
caso
em
que
o
pavimen
-
to
de
transição
de
concreto
armado
é
si
-
mulado
em
modelo
separado
da
torre
de
alvenaria
,
não
vejo
sentido
em
considerar
os
parâmetros
g
z
e
alfa
como
se
ele
não
estivesse
ligado
a
uma
torre
. T
em
algum
estudo
ou
recomendação
a
respeito
?
MARCIO SANTOS FARIA
A
rq
. E
st
. C
onsultoria
e
P
rojetos
Não faz sentido calcular o
g
z
apenas do
pavimento de transição isolado: o mo-
mento de 1ª ordem (M1) estará incorre-
to e o de 2ª ordem (M2) vai ser calcu-
lado com o deslocamento horizontal do
pilotis e o peso total do prédio, portanto
também estimado incorretamente. En-
tendo que pode manualmente estimar
o valor do
g
z
da torre + pilotis. Verifique
quais são as forças laterais de vento em
cada pavimento da torre e no pilotis. A
partir desses valores calcule o M1. Veri-
fique quais são os deslocamentos hori-
zontais e peso de cada pavimento e do
pilotis, obtidos nos processamento da
torre e do pilotis. O M2 será o somató-
rio de carga vertical de cada pavimento
(somar o peso do ático no último pavi-
mento) multiplicado pelo deslocamento
horizontal de cada pavimento. A partir
desses, pode calcular o
g
z
mais próxi-
mo do real do prédio = 1/(1-M2/M1).
Geralmente o valor do
g
z
da torre de al-
venaria estrutural é baixo, que também
deve ser baixo para torre+pilotis. Pela
proposta de revisão de norma esse não
pode ser maior que 1,10. Deve-se veri-
ficar também o deslocamento horizon-
tal do prédio e entre cada pavimento.
A proposta de revisão de normas de
alvenaria estrutural unificada, ABNT PN
002:123.010-001, traz recomendações
para essas verificações.
GUILHERME PARSEKIAN,
PRESIDENTE DO COMITÊ EDITORIAL
u
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