Revista Concreto & Construções - edição 88 - page 98

98 | CONCRETO & Construções | Ed. 88 | Out– Dez • 2017
confecção das peças. Além dos impac-
tos relacionados à produção e veloci-
dade de execução, a adoção de fibras
nos tubos de concreto impacta no cus-
to e desempenho da peça. Porém, as
premissas só são verdadeiras se hou-
ver um cuidado especial no processo
de dosagem da matriz e execução
dos elementos.
Referente à execução, a ABNT
NBR 8890:2007 determina parâme-
tros relacionados ao acabamento su-
perficial interno e externo de tubos
reforçados com fibras de aço, assim
como as características geométricas
das peças. Segundo a norma, quan-
do são aplicadas fibras de aço, não
é admissível o afloramento dos fila-
mentos na face interna do tubo, vis-
to que pode prejudicar o escoamento
dos fluidos. Na superfície externa são
permitidas falhas pontuais, desde que
não comprometam o desempenho da
peça. Com isso, os procedimentos
convencionais de moldagem e dosa-
gem dos concretos para tubos devem
ser alterados. Algumas alternativas
são adotadas para eliminar as falhas
de concretagem em tubos com inser-
ção de fibras, tais como: alterações na
composição do traço da matriz cimen-
tícia (consumo de cimento, dimensões
dos agregados, relação a/c), uso de
aditivos químicos (modificador de vis-
cosidade, superplastificantes), teores
ótimos de adição das fibras de aço,
entre outros.
A ABNT NBR 8890:2007 ainda es-
pecifica características do traço da ma-
triz cimentícia, como a relação água/
cimento máxima e consumo mínimo
de cimento da mistura. Os valores es-
tipulados para relação água/cimento
são de, no máximo, 0,50 para tubos
destinados a águas pluviais e 0,45 para
tubos destinados a esgoto sanitário. O
consumo de cimento deve ser utilizado
conforme ABNT NBR 12655:2015, a
qual prescreve que, para utilizações na
zona de agressividade ambiental clas-
se I, o consumo deverá ser maior que
260 kg/m³; ao ser empregados concre-
tos para a classe de agressividade IV,
o consumo mínimo de cimento deve-
rá não ser inferior a 360 kg/m³. Caso
seja almejado o uso de tubos reforça-
dos com fibras de aço, tais filamentos
metálicos devem seguir a classificação
e estipulações requeridas pela ABNT
NBR 15530:2007 - “Fibras de aço
para concreto”.
Na produção de tubos de concretos
torna-se inevitável o uso de uma ma-
triz com baixa consistência (concreto
seco), a fim de garantir a moldagem da
peça, conforme apresenta a Figura 1.
u
Tabela 1 – Classificação de tubos de concreto simples e armado em função da resistência à compressão diametral
(águas pluviais)
Diâmetro
nominal
DN (mm)
Tubo de concreto
simples
Tubo armado e tubo com fibra
Carga mínima de
ruptura (kN/m)
Carga mínima de fissura/isenta de danos (kN/m)
Carga mínima de ruptura (kN/m)
PS1
PS2
PA1
PA2
PA3
PA4
PA1
PA2
PA3
PA4
200
16
24
300
16
24
12
18
27
36
18
27
41
54
400
16
24
16
24
36
48
24
36
54
72
500
20
30
20
30
45
60
30
45
68
90
600
24
36
24
36
54
72
36
54
81
108
700
28
42
63
84
42
63
95
126
800
32
48
72
96
48
72
108
144
900
36
54
81
108
54
81
122
162
1000
40
60
90
120
60
90
135
180
1100
44
66
99
132
66
99
149
198
1200
48
72
108
144
72
108
162
216
1500
60
90
135
180
90
135
203
270
1750
70
105
158
210
105
158
237
315
2000
80
120
180
240
120
180
270
360
Fonte:
ABNT NBR 8890:2007 (Anexo A)
1...,88,89,90,91,92,93,94,95,96,97 99,100,101,102,103,104,105,106,107,108,...116
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